Obra de Enrique Monraz
Se de
nevoeiro se tratasse,
bastava
esperar que o tempo aclarasse…
… mas…
É névoa
permanente a mágoa consistente,
lodosa
água a turvar a nascente
da
limpidez da imaculada morada.
A alma,
lugar de todas as imanências,
se
maculada, faz pousio na secura do vazio
e os
gestos vestem a nudez do desapego.
Não há
rio, corrente, sequer fio de prata
que
lave a neblina de turvado olhar,
perdido
em terras de ninguém…
…
Tampouco…
O sol
nascente para lá do horizonte,
a lua
em quarto crescente prometida
branqueiam
o enevoado espaço de dentro.
Se
apenas dos dias o nevoeiro fizesse parte,
eram as
noites que faziam os (nossos) dias.
OF – 14-09-16
Não costumo pedir nada mas, desta vez, atrevo-me: quem passar por esta partilha e não tenha estado na anterior, gostava muito que não a ignorassem. Obrigada.
Não costumo pedir nada mas, desta vez, atrevo-me: quem passar por esta partilha e não tenha estado na anterior, gostava muito que não a ignorassem. Obrigada.