Obra de Tomasz Alen Kopera
Sossego-me
de vida em gesto lento,
apascentando
colos de verde alimento.
Há
corpos cansados em varandas de espera,
tardinhas
secas, dessecadas, moribundas,
Já nada
resta do que foi uma praça.
Despega-se
a saudade do seu sentido.
É ao
vazio que se cantam loas
de
silêncio, de olhar mudo, de boca caída,
na
apatia de escombros adormecidos.
Pelas
ruas que já foram,
Cuido
das flores azuis, sobreviventes,
testemunhas
de sonhos recentes
e da
crença na inalterabilidade dos elementos.
São
ares a quebrar vidros,
instantes
de roncos intestinos,
ira de
deuses proscritos
da
perfeita ideia legada.
Falha
nossa. Pela boca morrem os atos.
Talvez
sejam avisos, mensagens cifradas
no
livro da Terra inscritas,
mas ao
senso do Homem cerradas.
Que não
se perturbem os silêncios emprestados.
São
eles que nos permitem o caminho.
OF (Odete Ferreira) – 31-08-16