Daqui a nada, a instantes mesmo, dada
a pequenez da existência, dobra-se o ano, de forma perfeitamente objetiva sem
qualquer interferência, nem mesmo a do senhor tempo, pois que este é, em
simultâneo, dono e servo. E nós, apenas servos. É certo que temos o nosso
momento de brilho: os rituais, os fogachos e outros artefactos. A futilidade
útil, o brinde com espuma e sorriso. Mas apenas isto!
Neste postulado assenta a minha
natural rejeição para fazer balanços, no que à postura e assunção de caminhos
diz respeito. A conjugação das circunstâncias, dos espaços e das emoções,
ditam-me o balanço necessário, em cada momento, ao longo dos dias do ano. As
contas, essas, fazem-nas por nós; são números plasmados no deve e haver das
folhas de excel, do extrato bancário ou simplesmente (e infelizmente) na troca
direta entre as necessidades. Resta-nos a conta que temos connosco próprios: a
de, em cada segmento temporal, extrairmos o saldo positivo de cada transação.
Assim sendo, com mais ou menos
fogachos, que o sorriso se sobreponha ao choro e que o respeito pelo outro esteja
na ordem do(s) dia(s)!
Odete Costa Ferreira, 30-12-2018
Direitos Reservados
Arte de Graça Morais, “O Segredo II”, 2008 (pintora nascida no
concelho vizinho, Vila Flor, em Freixiel.)