A
explosão de cores anuncia-se
num
perfume cálido, com sabor a memórias.
Sem
rasgo emotivo, numa ponderação avisada,
contraponto
à asnice da pressa.
Ainda
mal se anuncia a aurora,
já
descerra a lápide da noite.
Que tem
o seu encanto, de sonhos límbicos
a
maturar perenes eflúvios;
os que
ficam, no corpo aberto à floração das rosas.
Mas,
ainda é cedo!
Soboreie-se,
em íntima cópula,
o
mosto, a compota rubra,
a
delícia de beijos suaves.
E as
palavras felinas que esbatem a nitidez dos sons.
Colha-se,
em íntimo verso,
o canto
vindimadeiro, a espuma das ondas,
a
preguiça quente, o rubor do corpo.
E o
prazer do poema soprado na brisa do entardecer.
Não
tarda o equinócio de setembro,
mês
medianeiro ou mensageiro.
De
graças ou desgraças, sempre acontecendo
muito
cedo, sempre fora do tempo…
Cerremos,
pois, os olhos, amor.
E
deixemos os lábios soltos para a renovação de promessas.
Odete
Costa Ferreira, 18-09-17
Obra de
Charles Courtney Curran