E todos os beijos que te
pertencem
No centro, o arranjo floral.
E os teus gestos
desprendidos
das horas longas do preparo,
só para veres os olhos dos
convivas presos
naquele imenso sorriso de
todo-o-terreno.
Nem sempre é assim.
Por vezes, não chegam os
convivas,
apesar dos acenos pousados
nas tuas pestanas
e das palavras que
reinventas na linguística silenciosa,
entre a profusão dos deveres
que te assacam.
Outras, não veem a beleza de
cada flor e da cada pétala.
Nem a terra onde as raízes
arquitetam as suas obras.
Que, mesmo não sendo primas,
são arte que sustenta
cada madrugada, cada
entardecer, cada mar, em teus olhos
e em toda a pele que te
cobre exultante de cheiros e saberes.
Arranjo floral. E todos os
beijos que te pertencem.
Odete Costa Ferreira, 06-03-19
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Arte de Di Cavalcanti