(A propósito do tempo imaterial | Ivo em Mirandela | 10 e 13 de junho)
E ao terceiro dia, renasci! A segunda dose da Moderna
(dada no dia 12) fez mossa e o ansiado passeio com o Ivo e a Maria fora adiado.
Como precioso é o tempo real, em discurso direto, sem distratores digitais,
apenas as vozes e as circunstâncias naturais, todos os passos se fizeram em
vagares fluidos, como águas mansas e correntes, não fosse o nosso Tua reclamar
de desatenção, imprópria aos seus nativos.
Pretexto o passeio, o texto escreve-se sem guião, com o
improviso da inocência - Avó, quando calças estas sandálias? Por que é que não
há lixo (o recipiente) lá em cima? Os peixes não gostam de papel! -, e a
diegese provocada em questionamento subtil e deslumbre de intensíssimos momentos.
“Eu acho que é o pai, a mãe e o filho”, disse a propósito
da instalação, dedicada à Festa da Geografia. Há seis meses era uma tartaruga.
“Já vejo as luzes da cidade. Aqui não havia tantas.” - passávamos
pela Central de Camionagem requalificada.
“Quando estou em Mirandela, é como um sonho na cama”,
disse, já no Parque do Império, parando e olhando-me com o sorriso de covinhas
iluminado e eu mirando-o, expectante e presa à sua expressividade facial e
frásica.
“Olha ali os teus ténis”, notou mal paramos na montra de
uma sapataria inundada de sandálias, havendo apenas três pares dos ditos, que
raramente uso, relembrando-me quão atento e minucioso é.
“Olha ali os teus fones”, disse a mana, mais adiante,
noutra montra., “os meus não têm…(não percebi), “quer dizer, …”, dizia o Ivo em
solilóquio, concentrado e atentando nos detalhes.
2
“Ah, quando vieres”(https://www.facebook.com/photo?fbid=4281173311903210&set=a.140114826009100),
o poema que escrevera uns dias antes, antecipava já este alumbramento linguístico,
esta efervescência de sentir a pessoa a sobrepor-se à criança-que-cresce-fisica
e naturalmente.
“Avó, onde estou eu, aqui?”. Era uma foto do meu
casamento, a preto e branco, com todos os primos, alguns na casa dos seis, sete
anos. “Aqui, não estás”. E tentei explicar, mas nem deu tempo. “Eu tenho de
estar aqui, algures…”.
Claro que estás, Ivo! Como podias não estar! O cordão umbilical começou aí!!!
Odete Costa Ferreira 16-06-21 - ©Direitos Reservados
🌟
ResponderEliminarQuerida amiga, gostei de ver o Ivo. Está realmente um menino lindo e simpático.
Desejo-te um verão agradável e feliz, em saúde e esperança. Tudo vai melhorar.
Abraço grande.
~~~
Ah, Odete, que lindo que está o Ivo!
ResponderEliminarGostei imenso de o ver e de conhecer a
sua evolução frásica e raciocínio.
“Quando estou em Mirandela, é como um sonho na cama”
Muito obrigada, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Querida Odete
ResponderEliminarAdorei a tua ida ao "Xaile de Seda",
as tuas palavras e o teu gesto de nos
trazer o Ivo, que vimos ainda pequenino,
e tomar contacto com a sua evolução.
Desejo-te tudo de bom e sucesso nas
funções que ora desempenhas.
Beijinhos
Olinda
Olá amiga, vim ver como está com a escrita e deparei-me com essa cara linda e esse sorriso mais enternecedor. Ele está enorme. Beijinhos amiga e tudo a correr pelo melhor
ResponderEliminar⭐
ResponderEliminarUM BOM NATAL PARA SI, IVO E TODA FAMÍLIA. ABRAÇO ESPECIAL.
~~~~~~~~~
Estamos sempre nalgum sítio. Bjs
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
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