quinta-feira, 26 de maio de 2016

Em fase de eventos...

Tempo de estar onde devo e gosto...

1 - Dia da Cidade:
a)- Apresentação do livro "Transmontanos e os Bombos Imortais de Armando Figueiredo Sarmento
b)- Homenagem ao Professor Doutor João Alberto Sobrinho Teixeira, mirandelense e digníssimo presidente do IPB, considerado o melhor Instituto Politécnico de Portugal, pelo 3.º ano consecutivo (cerimónia solene e atribuição da medalha de ouro da cidade)



2- V Semana da Juventude e de Desporto
(http://www.cm-mirandela.pt/index.php?oid=16838 -clicando no link e, em seguida, na imagem, visualiza-se bem o programa variado)
a)- Destaco a Feira do Livro (leituras, apresentação de livros, conversas, apontamentos musicais...)

Embora não conste do programa, dia 29, domingo, às 21H, acompanhada pela Esproarte, farei um tributo a Mirandela, dizendo poemas meus inéditos, centrados no sentir telúrico.

Nota: como marcarei presença em bastantes atividades da Feira do Livro, é natural que demore a visitar os vossos espaços. Obrigada pela vossa compreensão.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

A culpa é de Platão


Obra de Guillaume Seignac

Sentia que já nada tinha para dizer aos outros. Para si, sim. Permanentemente. Em intra-ligação. De si para si. Estavam lá todos: pessoas, personagens, tipos, figurantes… Mas, de tantos outros, era o amor que dizia, indagava, lhe atirava  as palavras certas, desejando-se deusa. Há lá maior desiderato! Deusa do Amor. Intemporalidade. Eternidade. Universalidade!
A culpa é dos filósofos gregos (aliás, nem percebia as razões de malquerença aos gregos; a Grécia devia ser Património Imaterial da Humanidade), sobretudo de Platão. Que mais não é o amor platónico do que o Amor na sua essência?
Por isso, o que dissesse aos outros seria uma mera adenda ao texto inicial, que não lhe pertencia, nem sequer tinha a veleidade de conhecer a autoria.
Restava-lhe ser autora incógnita do tanto que o amor lhe dizia. Dentro de si.

Odete Ferreira – 14-04-16

terça-feira, 10 de maio de 2016

Prece inaugural



 Pintura de Vincent van Gogh

Maio fecunda-se em Abril
e inaugura-se de maias floridas.
Os ventres abrem-se em ardentes desejos
e as cores parem, depois da dor, telas de vida.
Percebo coisas e gentes a irromper dos pincéis.
Alma mater, na génese do labor,
anunciante de dias crescidos,
tardes de estios, domingos de amor.

Mas, se o domingo é o primeiro do mês,
de uma única prece nascem três

OF – 01-05-16

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Hoje foi um dia lindo!

Hoje foi um dia lindo. Talvez, como uma espécie de estado premonitório, o sentisse já festivo, um alvoroço do qual conheço bem os sintomas pela vivência de ajuntamentos de massas, num coletivo do sonho partilhado, uma euforia que rompe do ato em si. Mas, hoje, não havia um ajuntamento e o alvoroço alimentava-se de si mesmo. Quando me pressinto assim, sinto-me como fazendo parte da Crónica de D. João I de Fernão Lopes…
O programa das comemorações era significativo mas não magnânimo. Portanto, não era a expectativa de festa que me fazia apressada. E foi com o vagar que a contemplação exige, que sorri a cada pormenor da decoração dos Paços do Concelho, Palácio dos Távoras, edifício principal do Poder Local: cravos, sim, mas em arranjos originais, em vários espaços; outros, pousavam em livros entrelaçados em cada degrau da escadaria de acesso ao Salão Nobre. Contudo, foram as intervenções dos grupos parlamentares que me fizeram acreditar que poderá vir aí uma nova forma de estar entre as gentes, sobretudo as do líder do grupo parlamentar do PSD.
Numa terra em que quase não há espaço para outras forças partidárias, esta atitude fez-me sentir que, talvez, o renovo do cultivo toque as mentes que, maioritariamente, pensam que festejar Abril é coisa da(s) esquerda(s).
De tarde, na sessão ordinária da Assembleia Municipal os pontos da agenda foram discutidos sem crispação e até o repto que lancei à autarquia de levar a cabo uma recolha de vivências, no período de 74/76, protagonizadas pelos jovens, mereceu acolhimento sem qualquer reserva. Afinal a História será sempre incompleta se a ela não se aduzir a história dos locais e das suas gentes.
Foi um dia lindo, de facto. Também por esse país fora. Soube-o à noite, através do canal informativo a que me mantenho fiel. E o alvoroço prolongou-se. E é assim que os dias são diferentes e, nos olhos, se espelham as vontades.


Hoje foi um dia lindo. Amanhã não sei. Mas, que importa? Este alvoroço já ninguém mo tira…

Odete Ferreira – 25-04-16
Fotos da Câmara Municipal

Notas:
  1. Numa intervenção (período antes da ordem do dia) li o poema postado na publicação anterior “E a festa veste-se em cada madrugada”.
  2. Sobre o 1.º de Maio, deixei, na postagem anterior, em forma de adenda, uma foto de 1974., bem representativa de um outro alvoroço.