De profundis
Queimam-nos
as palavras, por estes dias.
Numa
dor que arde para lá dos dedos.
Gritam
os silêncios, lancinantes.
Sabemos,
agora, do inferno.
E da
imolação de almas inocentes.
Têm
nome, os cemitérios negros.
E o
luto será expiação permanente.
As
coisas tiveram posse e raízes verdes.
Os
lugares, o espírito das pessoas.
As
pedras, quando purificadas pelas águas,
contarão
do suplício humano
e do
inferno sem redenção.
Por
elas, saberemos da cegueira dos homens,
do
choro seco e da palavra ardida.
Do
tição que ainda há pouco fora vida…
OF (Odete Ferreira) - 21-06-17
Por opção, não quis o poema acompanhado de qualquer imagem