domingo, 17 de fevereiro de 2019




Mais um

Correm-me os dias como o sangue nas veias. Arrumo tarefas como se fossem atalhos de acesso ao cérebro e não há tempo para que o pensamento se conspurque com juízos menos valorativos sobre atitudes de outrem. Tenho, por princípio, a reserva ética e a profunda convicção de que não vale a pena, sobretudo quando o tempo apenas se subtrai. E urge fazer a equação da quantidade-qualidade-produto final. E, assim, adiciono ativos imateriais que não consubstanciarei em legado, apenas o induzo em quem me observa, vendo-me nos atos.
E chega mais um. A década já presenciou três. Releio o texto de então (16-02-2016 -http://portate-mal.blogspot.com/2016/02/entre-quem-e.html) para não cometer infidelidade, por omissão, à união de facto que celebrei no texto de então. Respiro, aliviada. Prometo(-me) confiar. Permito(-me) o poético e o prosaico, sendo que, num e noutro, o sublime é igualmente válido. E o choro e o riso são passos do mesmo caminho.

Odete Costa Ferreira, 16-02-2019
Publicado em 17-02-2019