terça-feira, 29 de março de 2011

Primavera 2


P lanícies alongadas
R ios minguados
I luminados parcamente
M iragens sonhadas
A lmas insufladas
V entos em brisa transformados
E rrantes, procuram outros lugares
R eluzentes de brancuras
A rdentes em fogos fátuos!
OF 26-03-11

segunda-feira, 28 de março de 2011

Semana da Leitura

 Decorreram, ao logo de toda a semana, diversas actividades englobando todas as escolas e seu território educativo. Foram devidamente publicitadas e alojadas nas páginas das escolas. Diversos espaços interiores e exteriores foram dinamizados, tendo como tema central a leitura e como público-alvo os leitores de hoje e os de amanhã...
Gostaria de falar , com mais detalhes, da riqueza cultural desta semana, destacando o sarau multicultural que decorreu no auditório da Escola Profissional de Agricultura (envolvendo discentes, docentes, pais e demais convidados), no qual saiu a ganhar a tolerância entre povos pelo conhecimento partilhado das suas culturas...
Voltarei a este assunto, mas não quero deixar passar muito tempo...
Estive presente activamente em quatro actividades, nas várias escolas, com a minha turma na minha escola, lendo algumas poesias, noutras, aproveitando o momento para ofertar um exemplar da "Antologia da Vida", na qual participei com dois poemas... Eis um simbólico registo...

(Em cima: EPA-Escola Profissional de Agricultura- declamação de poemas por alunos , acompanhados de uns belos acordes de guitarra, pelo Carlos Alvarenga  ; em baixo na ESM-Escola Secundária de Mirandela, numa aula de Literatura de 11.º ano, escrevendo a dedicatória na Antologia da Vida, após ter lido dois poemas de minha autoria.)

Petição Pública Confirmação

Petição Pública Confirmação

sábado, 26 de março de 2011

Primavera 1



Princípio de renasceres
Raramente neles pensamos
Imaginamos fantasias
Mascaradas de poemas
Amanhãs de Primavera
Verdejantes de paixões
Enamorados entardeceres
Riqueza de beijos em anoiteceres
Amantes em lugares dourados
do sol que ficou reflectido
no teu espelho, corpo azulado,
que estrelas, embevecidas
emprestaram, ao teu quarto!

OF 26-03-11

(Quero escrever sobre a Semana da Leitura e de algumas actividades. Como o tempo não estica, deixo este acróstico imperfeito...)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Viajante do mundo


Chegaste cansado,
naturalmente…
Voaste distâncias,
ansiosamente…

Amigos
que não vias
há muitos dias
esperavam-te
braços abertos
sorrisos beijados,
sofregamente.

Separação
temporária
de encontros adiados
e reencontros amigáveis…
Episódios de vida
contados
de olhos velados
por vidas sofridas…
Outras mundos,
povoados,
de gente simples
mas crentes
em melhores dias.

Paisagens de sonho
que adentraste
no teu ser,
sensível,
desse sofrer…

Luas enamoradas,
dos seus reflexos prateados
em cada noite,
no mar, mirados.
Sóis ardentes
de desejos
que nas madrugadas,
nas tardes
ou anoiteceres,
juntam em carinhos
tais seres
em prazeres….
Os corpos suados
de trabalho erotizados
desnudando-se em sonho de mares
…Sonhadores…
De horizontes desejados!

O teu mundo enriqueceu.
O que deixaste, esmoreceu!
Acreditas no ser humano!
Partilhaste o teu sonho.
Deixaste alguma semente
que germinará…
Lá longe, em terra que desbravará!
Em madrugadas
de sol ardente
em montanhas desertas
onde árvores acastanhadas
se tornarão verdes
juntando-se a um mar
verdejante de futuro.

Lá longe,
o amanhã será mais seguro…
E o ser humano
sentir-se-á mais perto de um mundo
sonhado
e em harmonia desejado…

OF 05-03-2011 

terça-feira, 22 de março de 2011

Um 21 de Março em formato de poema

Não fora o cansaço e teria respondido aos comentários do post anterior, mas fá-lo-ei...
Não fora ter dormitado um pouco, algumas coisas teria feito, outras adiá-las-ei...
Não fora ter ouvido um poema declamado, teria adiantado palavras amigas,  mas di-las-ei...
Não fora as tarefas urgentes e diligências prementes, um poema teria escrevinhado, mas um outro publicarei...

Não é bem um poema, ainda menos um texto de reflexão. São frases, apenas, assinalando um dia que já passou. Um dia de poesia, o início de nova estação, um dia de emoção...

Aos amigos e amigas que me visitam,  deixo-vos, de coração, o dueto "Eternidade"...


"Eternidade"

Hoje acordei cedo
na ânsia de tocar o futuro.
Ver flores negras à janela
e sentir apenas almas
de placebo
que respiraram a sua cor…
Cantam a um anjo
caído
que sem desolação
continuará a voar…
E sonhará que
será sempre possível
viajar em segurança para lá
da derradeira floresta
da vida
desde que não perturbemos
a chave para a eternidade,*
inscrita, na sua matriz.
Exorcizada
de espíritos dormentes,
limbo de inocentes
povoado por duendes
que acordam Brancas de Neve
de sonos puros…
Resguardada,
de sonhos impuros…
Essa eternidade,
apenas imaginada
por seres deste mundo,
repousará em espíritos,
negros de luto,
vestido.
Errantes em santuários
vivificam lugares de culto…
Tal anjos invisíveis…
Fiéis depositários
da chave da eternidade…
Hoje acordei cedo…
Sem medo do futuro!
Entrarei nele com a chave…
Da minha eternidade!

Jc Patrão/Odete Ferreira

*Até aqui parte do JC

(Título meu; a foto,  do JC - o link dará a visão do conjunto.)

http://www.facebook.com/profile.php?id=100000317509648#!/photo.php?fbid=10150440582290268&set=a.10150440582095268.635785.669955267&theater

http://www.facebook.com/profile.php?id=100000317509648

domingo, 20 de março de 2011

É esta a minha terra

(Sequência do post anterior...)


 
Sentada, atenta a sinais
de alerta, sociais…
Questiono: preocupações a mais?

Nunca terei resposta
para alaridos que ouço
a cada momento.
Medidas que são criadas,
para meu descontentamento.

É este o meu país.
É esta a minha terra
de interioridade
consagrada.
Talvez necessite
desta solidariedade.

Quero crer na vontade
de actos solidários…
Que não sejam solitários
e não sirvam a vaidade
e sede de protagonismo
à custa de gente real.

Cobaias de senhores
e mentores
de mentes passivas.
Pouco a pouco enriquecem
com o orgulho roubado,
às suas tristes vidas.

São dúvidas deste género
que me retraem…
E desconfio de bondades
inocentes.
De actos anunciados
com pompa e circunstância…
Sim, fico descrente…

Aguardo, paciente
o que segue no calendário.
Depois, soltarei
a revolta, calada,
no meu vocabulário,
tal senhora do seu nariz!
É este o meu país!
É esta a minha terra!
Desarmada mas determinada
...Por ela tudo farei!

OF 18-03-2011 13:00

sexta-feira, 18 de março de 2011

Às vezes sou bruxinha…

Hoje aconteceu-me uma coisa estranha. Talvez não seja o adjectivo mais indicado, mas estou à espera de um conversor adjectival, já que não param de chegar ao meu e-mail, links para o conversor ortográfico…
Consulta de rotina (glicose baixa, parece que não é assim uma notícia tão agradável – como eu pensava – comer mais vezes, ok, assim farei…), aproveitando o tempo de espera para arrumar a carteira e fazer alguns registos…Nada de especial, portanto.
Ida a uma esplanada, reforçando o pequeno-almoço, escrita de um poema, à volta de temática social, no meu bloquinho de campanha eleitoral...
Regresso a casa. Ainda não há apetite para o almoço. Arrumo revistas para a reciclagem, não sem antes lhes passar os olhos de despedida. Retiro um ou outro artigo para guardar e os que lerei não sei quando.
Como parece que sou “bruxa”, algumas vezes, há um artigo cujo título me leva a ler de imediato “As bactérias do Bem e do Mal” de Paulo Moura (Revista Pública de 12 de Dezembro de 2010).
O cerne do seu escrito, que admiro, tem a ver com uma “empresa” que não paga aos seus trabalhadores e, no entanto, aparecem às centenas e trabalham exemplarmente.
Trata-se do Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa. O responsável dos voluntários, os tais trabalhadores sem salário, assume que os pobres já nascem com a bactéria da pobreza, ainda que, como argumenta Paulo Moura, muitos melhorem a sua vida…
Estranho o que me aconteceu: escrever um poema, pelas 12:45 (É esta a minha terra), cujo tema aborda questões sociais – agora já cá temos uma loja social) e, pouco depois ler um artigo relacionado, num momento de “limpeza”, que nem sequer é habitual, numa sexta-feira, em hora de almoço da maior parte das pessoas…
Por isso é que sinto que estou cada vez mais atenta aos sinais…

Só o início do poema:

Sentada, atenta a sinais
de alerta, sociais...
Questiono: preocupação a mais?

Nunca terei resposta
(....)

(Quando estiver digitalizado e com foto, postarei...)
OF - 18-03 - 14:10

Ne Me Quitte Pas - Jacques Brell

Uma homenagem à música francesa, a este cantor (Jacques Brell - à son plat pays, comme il disait) e, sobretudo, às pessoas sensíveis, ainda que não sejam artistas de renome, têm esse nome na sua  alma ...



http://www.youtube.com/watch?v=Gs54ua8nvxg&NR=1

(Este último está traduzido em português. Para ouvir,  pausar o MixPod do blogue. )

terça-feira, 15 de março de 2011

Chuva


 (Depois de um texto em prosa em que a chuva foi personagem, resolvi postar um poema, em que observo personagens em muitas chuvas...)
 
Chuva

Deixo voar o pensamento
num constante alheamento.
Será contentamento?
Não. Antes um sentimento.

Cai uma chuva miudinha,
tal como muita gente,
que se presta facilmente
a favores,
esperando louvores
de gente mesquinha.

Cai uma chuva intensa,
vergando a natureza,
tal como muita gente
que se curva, humildemente,
a seres prepotentes,
aguardando, pacientemente,
o sinal de dispensa.

Cai uma chuva nervosa,
tal como muita gente
que percorre loucamente
a via sacra da vida.

Cai uma chuva enamorada,
tal como muita gente
que se apodera, sofregamente
da coisa amada.

Cai uma chuva abençoada,
do céu e das estrelas.
Por vezes azulada
Outras, dourada.

A natureza agradece.
O cheiro enternece.
A gente permanece
agora libertada
de todos os favores.
Agora recusando
todos os louvores.

Deixei voar o pensamento
fixando o firmamento…
Será encantamento?
Não. Antes enamoramento!
 
OF 15-04-2010

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dias de chuva são assim…

(Para teu melhor visão da foto, é favor clicar...)


Preguiçosos, sobretudo, obrigando a disfarçar a lassitude do corpo a desejar estar num sítio de sol que permitisse abrir as janelas de par em par. Ou então num café aconchegado, vagamente semelhante aos do século passado, tertúlia intelectual dissertando sobre um nada que é tudo.
Depois, os cheiros agradáveis assomem à memória obrigando a um cheirar de odores que  me remetem para lugares, evocando sensações agradáveis.
O guarda-chuva, empecilho comunicacional, é utensílio obrigatório para  me resguardar, curvando-me ainda mais na concha do meu ser…
Bem sei que transmito egoísmo, neste escrito. A chuva é tão abençoada para quem dela precisa! A Natureza perdoar-me-á esta desfaçatez! É que gosto tanto de andar direita, com os olhos postos no horizonte, de ver um pôr do sol que confere cores só traduzíveis em tela, por pintores!
Já para não falar na nostalgia que se senta mesmo à minha frente, ocupando o lugar do encantamento que o sol me traz! Sim, nunca estamos sós, há entidades que habitam em nós e que também precisam de descansar, seja em bancos de jardim ou sofás fofinhos!
E o cansaço que se apodera, ainda que não se tenha feito grande coisa! Esvai-se o ânimo, fico doente!
Se ouço música, escolhida ou que passa na rádio, aí chega mesmo a prostração e o sentimento da saudade, seja do que for, aloja-se no coração!
Estes sentires só têm razão de ser porque a chuva, embora precisa, molha o corpo. A alma, essa, chora em solidariedade com dias assim…
Em todo o caso e para não ser egoísta, reparo que lava o carro e o asfalto. Fica tudo lavadinho, poupa-se no orçamento, que bem é preciso!
Só as medidas orçamentais é que caem a conta-gotas…

OF - 14-03-2011 18:30

sábado, 12 de março de 2011

Solitária em companhia


 Sorrio
de mim própria
da estupidez emocional
dos pensamentos egoístas
profundamente trocistas
de gente, como eu,
irracional…
Ora está bem
ora está mal!

Tudo me angustia…
As malas feitas viagem
de merecido repouso.
Gente que apanha
um qualquer autocarro…
Miragem
de outra paisagem
menos obscura…

O sol irradiou
mas não acalmou
um ser insatisfeito
incapaz de se contentar…
Vagamente nostálgico,
de algo,
presente em outro mundo.

Solitária em companhia,
agradável,
mas sem sintonia…

Procuro remédio
em prateleira,
prazenteira,
de farmácia…
Está esgotado
no mercado…
Não tem solução!

Roubo então
outro coração…
Mais divertido…
Sorrio,
de novo…
Encontrei o caminho…

OF  25-02-2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

Mirandela



Sentada nas margens, ou debruçada sobre o Rio Tua,
Um tesouro de recordações, que constante vai correndo...
Oh Mirandela!... fecho os olhos e clara te estou vendo,
Ao Sol radiante, mais terna e fresca à luz da Lua!...

Soberba a Ponte dos arcos, passando sobre a corrente!...
Palácio dos Távoras, do Tempo portentoso relicário!!...
Mirandela, majestade, Princesa da Terra Quente,
Que a Senhora do Amparo abençoa em magnífico Santuário!...

Espaços floridos e ajardinados!... Nobre Gente e Cidade!...
Comboio a vapor que por ali passou deixou Saudade,
E marcou o Tempo, subindo penosamente o rio...

Com Almas que sangraram, carpindo talvez mágoas!...
Olhos que chorando, do Rio Tua engrossando as águas,
Com lágrimas, de saudade imensa, correndo a fio!...


Aos meus Avós, Teresa e João

José Agostinho Fins
01/Agosto/2005   //   19:37

Nota: havia já algum tempo que pedira ao José o soneto sobre Mirandela. O tempo foi passando... Por mero acaso, vi um poema dele dedicado à criança que faleceu nas águas do nosso rio...Comentei-o - também escrevera um, mas não  o publicitei - foi a deixa para que ele enviasse por e- mail o poema solicitado ao tempo. Apenas pediu que mantivesse a dedicatória...Nem seria preciso  José! Os avós merecem tudo. Obrigada :)

terça-feira, 8 de março de 2011

Poema mascarado

O poema saiu à rua,
fantasiado de palavras.
Não precisava de máscara,
as pessoas riam às gargalhadas.

Olha p´ra aquilo!
Um entrudo intelectual!
Era o que nos faltava,
fazer pensar, no Carnaval!

Sai daqui! Queremos folia!
Já não basta a crise dorida!
Hoje, queremos alegria,
ainda que seja fingida!

O poema envergonhado,
cabeça baixa e cabisbaixo,
não aceitava ser maltratado!
Afunilou então o queixo,
e sem medo, vociferou palavras
inscritas, na sua máscara, seu peito.

O som ensurdecedor,
de carros alegóricos
e poluição multicolor
avariou, ficou sem pio.

Os mirones, atónitos
em transe, dançavam
outras pautas – criativas -
de notas desconhecidas.

Outra alegria foi crescendo…
Não estavam habituados
a poemas descarados…
Que fossem assim mexendo
com o ritual sempre igual,
que viviam, no Carnaval.

As fitas lançadas,
por foliões e peões,
depressa foram apanhadas.
E nelas gravadas
…Palavras!

O pessoal do lixo
recusou-se a reciclar
..Tal riqueza!
Apanhou-as com desvelo
e paredes de escolas
decidiram enfeitar…

As crianças surpreendidas,
retiraram, sem medo,
pedaços de fita com palavras.
E delas fizeram poemas!

O poema mascarado
foi rei, durante o ano.
Com agenda preenchida
de tanta visita pedida,
ensaiava passos de dança!
E em cidades jardins,
plantou sementes, de mudança!
 
OF 08-03-2011 

(Um poema que saiu de um desafio, só porque não havia por cá desfiles de Carnaval...)