Não são as rosas as flores
da Paixão,
nem a sua cor é delas
natural.
Abrem sorrisos e caminhos de
amor.
Carrega volúpia, o perfume,
nos dedos que afagam pétalas
ou as desfolham em leitos
brancos.
Coincide o seu esplendor com
o tempo
da Paixão - a do Senhor dos
Passos,
os passos da dolorosa
subida…
Que digo eu das
rosas, sacrílega?
Apenas esquissos, olhares de
soslaio,
ignorando a base. E as
hastes! E os espinhos!
A metáfora redonda
- não há rosas sem espinhos
-
Os espinhos que Ele levava.
O sangue de vida - eterna -
O sentido do tempo da
paixão…
Mas volto às minhas rosas.
E ao arco que as suporta.
E apreendo todo o tempo
- o da passagem -
e o da memória de todo o
tempo-vida.
Odete Costa Ferreira 17-04-19
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Foto de Odete Costa Ferreira.
Agradeço, enternecida, as visitas e o carinho manifestado nos comentários, que fazem o favor de deixar, apesar de não os poder retribuir por motivos ligados, essencialmente, ao cumprimento de funções na direção da Academia de Letras de Trás-os-Montes, como bem sabe quem que acompanha há algum tempo. Abraço-vos.