Habituada que estou aos fantásticos
eventos de fogo de artifício na minha cidade, já não é fácil surpreender-me.
Aconteceu, contudo, este ano. Arrepiei-me em muitos momentos, sobretudo quando
senti uma total sintonia entre a música e a coreografia do fogo, transportando-me
a um patamar quase divino. Vendo, no dia seguinte, o direto que o canal NTv fez,
a partir do Hotel D. Dinis, percebi esta sensação. O empresário apelidou e espetáculo
de "Divinus". Pois bem, conseguiu-o! E, ao meu espanto sentido,
acresceu o respeito pelas pessoas que sabem fazer bem.
Mas tive outros espantos, digamos,
mais viscerais. Perante a excepcionalidade verificada sobre a localização do
luna parque na zona verde, confesso que
a aspereza manifestada contra os vários decisores envolvidos, sobretudo contra a atual autarquia, por muitas pessoas que sabiam, de antemão, que o assunto
seria fraturante, me tirou do sério. Aliás, sempre que se efetua uma requalificação
na zona ribeirinha e, atualmente no espaço envolvente do santuário, a
localização das diversões transforma-se numa bola de pingue-pongue. Diria mais:
parece haver uma embirração, quase genética, contra estes equipamentos que fazem
parte intrínseca das festas da cidade. São tão nobres quanto outros
equipamentos e conteúdos festivos. Não se pode ter sol na eira e chuva no
nabal. Requalifique-se, mas (re)pense-se o espaço público, as pessoas e a sua
satisfação!
E que satisfeita me senti na
revisitação das diversões! O Ivo teve a sua primeira experiência de condução nos
carrinhos; eu e a mana, apossamo-nos de uns cavalinhos, no carrossel, onde se pavoneava um cobrador de rabo-de-cavalo postiço e chapéu à cowboy! Não escrevi
um poema, pois há poemas que não consigo escrever. Basta vivê-los!
Tal como a famosa e peculiar noite
dos bombos, evento que se constitui romaria de afetos, de sorrisos, de abraços,
unindo os mirandelenses, independentemente de qualquer credo e condição humana.
O tempo avança, inexorável e não é curial apressá-lo, mas
não deixo de me conceder um brilhozinho nos olhos ao pensar que, em breve, o
meu Ivo fará parte desta história.
Odete
Costa Ferreira, 14-08-2018
Ivo, 19 meses, na terra do pai e avós
Fotos do fogo de artifício : Hugo Reis
(Após um curto período de férias, penso regularizar as minhas visitas aos blogues)
Fotos do fogo de artifício : Hugo Reis
(Após um curto período de férias, penso regularizar as minhas visitas aos blogues)