Obra de Emilene Frigato
Boas
Festas
E a
porta abriu-se
no
pressentimento de boas novas.
Havia
tempo que os amigos
se
haviam reunido em silêncio
e
podado as roseiras com as mãos da ausência.
Ficaram
os versos e os sorriso, disseste.
E os
passos e os gestos, acrescentei.
A mesa
assinalava a natividade,
ainda
intocável, como lugar sagrado.
Nos
lugares vagos, estariam os filhos da casa,
medindo
as palavras,
sossegando
as lágrimas,
enganando
o tempo .
Abriu-se
a porta
ao
largo sorriso do abraço
e às
histórias que trazia no olhar
e à boa
nova de um menino a nascer.
Foi o
melhor presente, a chegada,
a luz
que faltava na árvore de Natal,
um
sopro de ânimo na alma apagada, dizias.
Mais
tarde, na mesa, as Boas Festas levadas,
teriam
o brilho de noites estreladas.
OF (Odete Ferreira) – 28-12-16
Em duas penadas:
1 – “Há tantas formas de
sermos humanos”. Apanhei esta frase no episódio III do documentário “Humanos”.
É precisamente sobre o significado do termo humano que importa falar,
exaustivamente, até que se enforme em guião, manual de primeiros socorros ou de
sobrevivência, para que ninguém ouse invocar o desconhecimento da sua
abrangência. Afinal, parafraseando, há tantas formas de sermos inspiradores!
2 – Conduta: o termo que
prefiro a valor. Na verdade, o primeiro implica ação, o segundo, é antes de
mais, conceito. Sou de palavras, gosto de as desenhar e de as esmiuçar. Como arte.
Mas, se elas não se moverem em direção ao outro, que razão houve para serem
inventadas? Um dia, talvez me alongue nesta reflexão. Por agora, deixo-me em
gestos e sorrisos, desejando que 2017 (vos) seja profícuo em atos humanos. E se
forem borbulhantes, ainda melhor! Dancemos e cantemos! Afinal, todos respiramos pelo mesmo
pulmão!
Odete Ferreira, 29-12-16
Obra de Leonid Afremov