(Pois é, amig@s. Não somos donos do tempo. E este tem sido o meu senhor. Literalmente! Há, pelo menos duas semanas, que só me ordena que trabalhe. Que aumente os índices de produtividade, indiferente à conta bancária que mingua. Nunca tendo sido avara, agora irrito-me, "à séria".
Proíbe-me que me "perca" em cantinhos de que tanto gosto. Vigia-me. Olha-me de soslaio. E eu só não o mando às favas porque o meu dever para com as gerações que tomarão conta deste "jardim à beira mar plantado" merecem que me empenhe, me embrenhe em papelada (alguma com alguma substância, diga-se em abono da verdade, outra apenas burocrática) para que, a partir dela, consiga extrair algum sumo pedagógico.
Há prazos que a tutela impõe. Há processos a constituir que implicam uma fundamentação comparável à de um advogado de defesa. Acreditem, não exagero. Estou perita (se algum advogado precisar de uma secretária - depois de largar as minhas atuais funções - estou apta a coadjuvar na elaboração processual). Tudo isto, só porque tenho alguns alunos dos quais ainda não desisti e quero que consigam fazer um exame nacional mais de acordo com as suas reais potencialidades. Tipo "discriminação positiva". É chavão para assuntos económicos. Mas , afinal, a educação não devia ser uma prioridade económica?)
Nota: o poemeto que divulgo, da série que apelidei de "Surreal", não foi postado para ilustrar este desabafo que me foi saindo diretamente para o blogue. Contudo, vou aproveitar para deixar um outro que ainda está em forma manuscrita, no bloquinho...
Burnout em versos descascados
Estados de cansaço perfurantes,
tarefas e momentos esgotantes
dá nisto: burnout em poesia.
Aulas ginasticadas,
relatórios pormenorizados,
atas eternizadas,
profissão (por momentos) desencantada...
(Irra, o que escrevi sem contar!)
O tempo também tem sido meu senhor, ou deverei dizer que é o ser mãe?
ResponderEliminarAi, ai...
bji, querida
(deves estar com tanto trabalho!)