quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Surreal 42

Este chão molhado
-água que foi rio-
ensopado do pão
que um dia foi
seara de amarelos de tela,
é pertença do céu.
Apenas em alguns dias do ano
se transforma no vinho da terra
servido em cálices de chuva.

Sei de lugares onde as bebedeiras
caem em forma de rituais.

Por outro lado, é no tempo da ressaca
que jazem definhados os ais.


OF (Odete Ferreira) – 09-01-16

18 comentários:

  1. Olá, Odete!
    Sabemos de lugares que há muito não se sente o cheiro da terra molhada, porque já não caem as águas que já foram rios; sequer uma gota do vinho da terra, por culpa dos homens que embriagaram-se sem escrúpulos e surdos aos insistentes ais!
    Grande beijo!

    ResponderEliminar
  2. A ganância e a ânsia de poder, transformam a terra e envenenam o planeta.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  3. Boa tarde, existe terras que secam por falta de agua, julgo que as mesmas secam por conveniência de quem tem o poder de fazer secar tudo que lhes pode causar problemas, vivemos numa ressaca com a esperança que esta acabe um dia.
    AG

    ResponderEliminar
  4. Um belo poema minha amiga e estou de acordo com o comentário da Elvira.
    Gostei.
    Um abraço e bom fim de semana.

    ResponderEliminar
  5. OI ODETE!
    AIS DE TRISTEZA, PELA SECURA DA TERRA E DAS ALMAS QUE A DESTROEM.
    LINDO AMIGA.
    ABRÇS

    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

    ResponderEliminar
  6. Um dos mais recentes que mais gostei por aqui :)

    ResponderEliminar
  7. Tristes "ais", que mostram desesperança. O que foi já não é e a terra de Deus já não produz. Seus versos são um sentido grito, mas formulado com grande beleza. Bjs.

    ResponderEliminar
  8. Um poema muito belo e reflexivo. É preciso um milagre de manhãs claras para que haja sempre um rio que nos purifique a sede...
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  9. Será por isso que valem a pena os rios sem margens...?
    O poema é excelente, gostei imenso.
    Boa semana, Odete.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  10. Belos os teus cálices e as tuas telas , Odete !
    Amei !
    Beijinho

    ResponderEliminar
  11. No silêncio da ressaca de momentos de euforia se bebem as melhores colheitas.
    bj

    ResponderEliminar
  12. O teu belo poema me fez lembrar o Nordeste brasileiro e o descaso a que tem sido votada a tragédia das suas secas

    Beijinhos, amiga :)

    ResponderEliminar
  13. Terra de ventura, Odete, cantada por uma filha da terra. E que canto!

    Um beijinho :)

    ResponderEliminar
  14. O rio que te corre nas veias, cresce dentro da tua identidade.Justa indignação quando o que se constrói é destrutivo.
    Bela Poesia com gritos dentro.


    Beijo
    SOL

    ResponderEliminar
  15. Odete , seu canto sentido e belo nos encanta e emociona . Obrigada . Beijos

    ResponderEliminar
  16. Belíssimo!!
    A chuva em algumas regiões (aqui no Nordeste)
    seria poesia abundante para vida de quem vive
    quase no deserto!...
    Que bela sensibilidade, minha amiga!
    Beijos saudosos.

    ResponderEliminar
  17. Um poema brilhante! Sempre gostei muito da tua poesia "surreal", que não é no fundo, verdadeiramente surreal.
    Parece-me que por mais que a terra tente é o céu que tudo determina, porque a chuva invade e molha as sementeiras e tantos cálices de chuva, farão da bebedeira da terra uma ressaca de ais.
    Qualquer dia estou de volta! Agora ando a comentar os amigos. :-)
    xx

    ResponderEliminar
  18. Olá Odete, excelente poema....
    Cumprimentos

    ResponderEliminar