terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Reinvenção dos invernos

Obra de Vladimir Kush

Vigiei os andrajos por muito tempo
não fossem alguns raios de sol tardios
despertar os gestos antes de dezembro.

Nada deve perturbar o silêncio natural
de dias esquecidos pelas neblinas duradouras
e a despedida dos amantes.

A mudança das estações tem apeadeiros certos,
ainda que a incerteza
possa confundir os relógios de corda.

É na espera das celebrações
que um homem é mais Homem
e uma mulher será mais plena.

É na espera do homem das neves
que a criança dos frios reinventará os invernos.
Todos eles. Os do tempo e os da vida.

OF – 20-01-16

18 comentários:

  1. Acabei de escrever num outro blogue de poesia, que tenho grande dificuldade em comentá-la a ela, a poesia. Sempre pensei que poesia sente-se, não se comenta. Por isso só sei dizer se gosto ou não gosto. E gostei do poema. E também do quadro. Muito.
    Um abraço e bom Carnaval

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  2. O quadro é lindo e o poema está totalmente à altura.


    Minha amiga, que o teu Entrudo seja alegre!

    Beijos e abraços

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  3. Reinventar os invernos. Não perturbar o silêncio natural dos dias. Saber ser criança para que toda a inocência cubra o olhar de fantasia. E, apesar de tudo e de nada, saber que a vida e o amor são o que de mais importante temos...
    O teu poema, amiga Odete, é muito belo! Gostei da imaginação e do ritmo e da musicalidade...
    Um beijo.

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  4. É na espera... que um homem será mais Homem e a mulher, será mais plena...
    Lindo o seu poema, Odete!
    Beijos e muita Paz!

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  5. As sensações do tempo estão na epiderme! abraços, divina poesia

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  6. Uma bela reinvenção num belíssimo poema minha amiga, gostei bastante.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

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  7. ~~~
    Reinventemos, sim, os invernos...

    ~~~~~~~~ T o d o s!

    ~~ «Os do tempo e os da vida.»


    ~~~ Foi esta nota de esperança

    ~ que mais me agradou neste poema

    ~~~~~ tão dorido, como belo...


    ~~~~~~ Abraço, Poeta amiga.
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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  8. Oi, Odete!
    Reinventar o Inverno de nossa vida, mesmo atrasando nosso relógio de corda, não é tarefa para seres comuns, mas, para super humanos cúmplices, fortalecidos no amor, à espera das celebrações!
    Foi assim que eu interpretei seu belo poema.
    Beijos!

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  9. Estamos sempre em ritmo de espera, nas estações e na vida. Não podemos alterar o caminho natural das coisas e do sentir, mas podemos valorizar o amor, a simplicidade e a pureza, fortalecendo-nos para o inverno. Meus aplausos, querida Odete. Bjs.

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  10. Olá Odete; excelente poema....
    Cumprimentos

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  11. Nada como um inverno descrito e recriado
    por uma Grande Poeta, a música das palavras
    trazem um significado especial de ser lido!...
    Adorei, querida amiga!!
    Uma semana inspiradora para ti!
    Beijos.

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  12. Odete , seu poema é de uma doçura que encanta . Belíssimo ! Muito obrigada por partilhá-lo . Aproveito para lhe agradecer o carinho de suas palavras no meu espaço . Beijos e boa semana .

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  13. Nada é tão prolongado como o tempo do sentimento ausente.
    bj

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  14. às vezes custa tanto "mudar de estação", mas todo o tipo de calendário, por mais metafórico que seja, tem no poema e fora dele, a sua inevitabilidade. Pode existir confusão nos relógios de corda, mas toda a celebração e reinvenção acontecerá.
    Belíssimo poema, Odete.
    xx

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  15. Cada coisa no tempo certo, com a sua carga simbólica...
    Um belo poema, Odete! Mais um.

    Um beijinho :)

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  16. Recriar o tempo é como recriar a nossa vida interior. Em nós também existem, sempre vivas, as quatro Estações. É só tirar delas o seu encanto.
    Amei.


    Beijo
    SOL

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