domingo, 22 de janeiro de 2012

Soltando o espartilho da alma

Presa em espartilho de sedas,
a alma se soltava em sonhos
desatando, paciente, as amarras
que desencatava em todos os portos,
de navios, barcos, barcaças
que assim soltos,
beijavam todos os seres
abrigados nas suas carcaças.

A cadência das marés
era o canto das sereias.
O berço aconchegante de sorrisos.
O baile de ritmos ondulantes.
O sono de pesadelos despido.

Nos barcos de recreio
amava-se sem receio.
Corpos colados em suspiro
de despudor despido.
A alma viajante intemporal
Assistia, deslumbrada,
aos afetos sentidos
reencontrados, em amor carnal.

De olhar enevoado
por lágrimas salgadas
que doces ondas soltavam,
a alma suspirava…

Envolveu-se nos seus laços,
tiras de fino linho.
Esgueirou-se de mansinho
adormeceu nos abraços
dos amores presenciados…
E estes iluminados
sentiram-se abençoados.

OF 22-07-2011
http://worldartfriends.com/pt/club/poesia/soltando-o-espartilho-da-alma#comment-157862

4 comentários:

  1. Linda esta envolvência marítima!

    Queria também dar-te um abraço pela tua participação na Antologia de Inverno.
    Fico muito contente.
    Não consegui comentar no local.
    Parabéns amiga. :)
    Mereces.

    Bjuzz

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  2. Olá, amiga Teresa: obg por também me acompanhares neste voo de alma vagabunda...

    Quanto à Antologia, já viste a postagem, onde narro o convite e inclusão do poema. Fico, pois, grata por te associares a este momento.

    Bjuzzz e bom trabalho literário aí pelo planalto! :):)

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  3. Há espartilhos assim...
    Mas excelentes poemas como o teu, não há muitos...
    Beijo, querida Odete.

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  4. Olá, Nilson...
    Há, por isso necessário desatá-los!
    Quanto aos meus escritos, fico grata quando alguém lê e gosta!
    São sempre incentivos, se bem que não pretenda ser nada de especial a nível literário!
    Bjo, amigo (enriquecedora a tua visita, pois gosto muito dos teus poemas). :)

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