Castelos
no ar desfeitos,
castelos
de areia imperfeitos,
partículas
doridas cravadas
em
pupilas salgadas
…
Pobreza.
Palavras
carregadas
…
Dureza.
Condições
subhumanas
visíveis
nas passadas
de
transeuntes nas calçadas
desarrumadas…
Raiva
vendada
nos
bancos de ajuda humanitária.
Mão
estendida, envergonhada
…
Incerteza.
Pobreza.
Dureza.
Gritos
saídos do nada
…
Ciclo de vida.
…
Dívida danada
fruto
de estratégia errática.
Falsos
profetas,
vendedores
de almas atormentadas.
Pobreza
personificada.
Companhia
emparedada
em
cada passada…
OF
17-10-12
Foto – Autor desconhecido(Poema escrito para participação temática num grupo poético)
Belo poema que acompanharia perfeitamente uma foto que tirei na 6ª.
ResponderEliminarNas ruas da cidade está cada vez mais visível.:(
bji, querida
Pois, sei, Nina. Já o tinha escrito. Também tenho uma foto similar, contudo, esta é mais forte. Atinge o âmago da dignidade...
EliminarObg por estares aí e gostares sempre do que escrevinho.
Bjos, piKena
"penitentiagite".
ResponderEliminarEstive aqui de "salto e banco".
(que isto de ficar de pé muito tempo já não é para a minha idade...)
;)
Pois estiveste e sempre com o teu peculiar estado de "graça"...
Eliminar:)
Num poema onde a indiferença não tem lugar
ResponderEliminarsublinho os versos iniciais, pela construção fonética e pela força e forma como se diz
"Castelos no ar desfeitos,
castelos de areia imperfeitos,
partículas doridas cravadas
em pupilas salgadas
… Pobreza.
Palavras carregadas
… Dureza."
Bjo.
A tua presença é imprescindível neste espaço porquanto lhe acrescenta dignidade poética, amigo e maestro da sinfonia das palavras...
EliminarBjo, Filipe :)
Um poema protesto acompanhado de uma imagem bem forte! Quem não se sensibiliza com tal situação bom sujeito não há de ser. A vida escorre pelas mãos que tentam ampaerar um pouco de solidariedade, vinda de quem?
ResponderEliminarEnquanto lia o seu poema me lembrei de Manuel Bandeira:
"Eu faço versos como quem chora
De desalento ... de desencanto ...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente ...
Tristeza esparsa ... remorso vão ...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
eu faço versos como quem morre."
Beijus,
Luma: encantada pela presença e grata pela apreciação, pois nela evoco seus textos riquíssimos...
EliminarNa verdade, Manuel Bandeira, tem razão no que escreve, subscrevo-o (apesar de muitas vezes versejar em tom mais ligeiro, brincando com as palavras...).
Muito obg por me deixar este excerto...
Bjooss
Um tema bem amargo, como o são os teus versos de revolta. Como quem olha e não passa ao lado.
ResponderEliminarÉ de raiva a palavra que te escorre dos dedos.
Bjuzz amiga.
Infelizmente a temática não se esgota, toma é formas diferentes. Assim, também as palavras parecem novas....
EliminarObg, amiga Teresa
Bjuzz :)
No limite da pobreza e na tristeza mais lúgubre..Assim continuamos caminhando neste inverno que vai ser mais duro que nunca!!Os augurios nao sao nada bons nem forças existem para Temperar animos,só resta a doce esperança que nao nos abandone!!!Gostei muito minha querida,nas palavras gritantes e esfarrapadas que empregas para uma realidade dura!!Beijos Eu
ResponderEliminarNa verdade não o são, até o frio bateu mais cedo à porta, levando a que corpos desnudos de tudo, tiritem com a rudeza invernosa. Uma desgraça nunca vem só...
EliminarEstamos no princípio de novembro e o aquecimento na escola ainda não foi ligado. Já se sente desconforto...Enfim.
Obg, uma vez mais, amiga Inês. Bjos