Instantes, momentos.
Rostos, sentimentos.
Lágrimas purificantes.
Nos olhos lubrificantes.
Vidros, cacos partidos.
Pedaços de vida doridos.
Folhas manchadas.
Mãos descontroladas.
Corpo cambaleante.
Alma errante.
Tela desfigurada.
Vazio esburacado.
Mar encapelado.
Tormenta indefinida.
Passagem só de ida.
Ilha de sofrimento.
Visões de tormento.
Penumbras sombreadas.
Raivas garatujadas.
Sóis engarrafados.
Sorrisos amarfanhados.
Paisagens dormentes.
Poemas dolentes.
Estados desfraldados.
Bandeiras ao sabor do vento.
Fustigadas pelo inesperado.
Janelas nostálgicas fechadas.
Costas coladas ao passado.
Pautas de músicas empoeiradas.
Em mim há perdidos e achados.
Peças enraizadas no pensamento.
Assomo à proa.
Trago a saudade incinerada.
Caminho na onda apaziguada.
Desenhei asas na saudade.
Conquistou a liberdade.
Como voa!
E eu? Ensaio um sorriso ao infinito.
OF – 23-07-14
Obras de Pawel Kuczynski
(Amig@s: vou demorar algum tempo a visitar-vos. Entrei na 2.ª fase das obras. )
Ah então é por isso sua ausência sentida! Faço sua poesia a tradução de minha saudade.
ResponderEliminarBeijuuss Odete
Querida Rê, já sabe que quando entro em sua casa, visito todos os "quartos", sem pedir licença...:)
EliminarEntre outros afazeres, agora são as obras dentro de casa, Só há pouco liguei o pc.
Bjo de saudade, querida :)
Um poema tão intenso, de uma saudade constitutiva, mas que ao mesmo tempo tem asas e se tornou livre para voar, não se fazendo pesada nesses grandes armazéns feitos de memória. E em todos nós existem esses "perdidos e achados", caminhos feitos, outros desfeitos...e ainda tanto caminho por fazer.
ResponderEliminarExcelente o poema!
Boa sorte aí com essa 2ª fase de obras ;-))
xx
Quanto às obras, nem me digas nada, querida Laura. Agora é dentro de casa. Tem sido um stress pois as festas da cidade estão à porta e eu enclausurada!
EliminarGrata pela tua leitura/interpretação do poema. Não quero mesmo "aprisionar" a saudade, pelo menos enquanto puder...
Bjo, menina Laurinha :)
Um poema lindo que faz a jornada da saudade,
ResponderEliminartocando cada canto do sentir até vestir as asas da poesia
num voo libertador...
Eu já imaginava amiga,que este teu sorriso luminoso
trazia o infinito!
Boa sorte com as obras e com a permanência deste sorriso...
Bjos,querida.
E não o desejamos todos nós, gente de palavras na alma, o infinito?
EliminarBjo de carinho, querida Suzete.
Finalizou a 2.ª fase de obras (não sei se haverá uma 3.ª...). Agora é limpar e reorganizar...:(
Sequência magnifica na narrativa poética dentro de um ritmo muito bem conseguido e num final de sentimentos ao leu.
ResponderEliminarCoragem para a "guerra" das obras
Bjos
Grata pela presença, leitura e comentário, amigo Helder.
EliminarEstá quase ganha, a dita! Ufa!
Bjos :)
Saudade dos amanhãs
ResponderEliminarAguardo na minha escarpa
Será melhor, Mar...:)
EliminarEstou quase pronta a "gatinhar escarpas" - um verso de um dos meus últimos poemas...
Bjo
Belo poema...Espectacular....
ResponderEliminarCumprimentos
Obg, amigo Fernando.
EliminarDesejosa de ver as novidades...:)
Bjo
Na vertigem do verso, a vertigem de um tempo inevitavelmente incompleto
ResponderEliminarBjo
Sempre incompleto, amigo Filipe.
EliminarSabes que estou sempre numa "relação complicada" com o tempo...
Bjo, poeta :)
Euamiga
ResponderEliminarHoje não comento, só informo: já tenho quem me produza o livro de crónicas, é a Chiado Editora
Qjs
Meu amigo: fico mesmo contente. Como vê não foi nada descabido o comentário que um dia fiz!
EliminarTudo de bom, Henrique :)
É isso menina:
ResponderEliminarSaudade é....
Quando a memória nos nega o conhecer,
De alguém, que quer ser lembrado,
Algo tem que permanecer,
Mesmo escondido....no passado.
Saudades,
Uma memória nostálgica
De quem longe está...
Lembranças,na mente e no olhar
No coração, entre erros e acertos,
O horizonte,
Num apaixonado observar...
Saudades? Acho que é um regresso no passado.
Bjsss
Lindíssima "resposta", Célia...
EliminarO que eu gostaria de verdade era conseguir sorrir-me na saudade, quando ela se fizer muito presente!
BJO :)
Gosto de saudade que viaja comigo, como a tua, que te acompanha e que é livre de te transportar às memórias gratas e não gratas, mas tuas.
ResponderEliminarDesejo-te rápidas melhoras.de-obras, e um grande sorriso, porque a alegria cria sempre as melhores, mais saudosas e saudáveis memórias.
BJ. D
http://acontarvindodoceu.blogspot.pt
Já estou na fase do após, querida D. :) :)
EliminarQuando leio sobre a temática (não em termos poéticos), apetece-me fazer uma promessa "Prometo-me nunca transformar algum tipo de saudade, em algo doentio". Oxalá o consiga!
BJO :)
Muito bonito , Odete . Saudade é sentimento bem descrito por você . Gostei bastante . Que a obra em sua casa não lhe cause aborrecimentos . Belos dias . Beijos .
ResponderEliminarO pior já passou, querida Marisa...
EliminarGrata pela tua apreciação. Um poema escrito para um desafio poético...
BJO :)
Saudade um sentimento intenso, beijo Lisette.
ResponderEliminarVerdade, Lisette. Oxalá nunca se torne um sentimento depressivo!
EliminarBJO :)
Com um ritmo estonteante, os teus versos conduzem-nos pelos caminhos da vida, umas vezes amargos, doloridos, com “cacos partidos. Pedaços de vida doridos.”, sem, contudo, perder o sentido da proa.
ResponderEliminarE assim a Liberdade voa!
Excelente poema!
Muito obrigada pelas quadras que, gentilmente, deixaste na minha «CASA».
São lindas, para além de contarem uma história muito interessante.
Bom Domingo, beijinhos, e até ao meu regresso.
Ah! E boa sorte com as obras
É mesmo isso que desejo, que a saudade possa ser livre e não uma eterna sombra. Obg, Mariazita!
EliminarEste ano, apeteceu-me escrever sobre esta época festiva...
BJO :)
(Obras -UFA!)
Oi, Odete!
ResponderEliminarDiz um outro poeta, que sente saudades somente quem viveu!
Estou como ti, colecionando saudades! São cacos de alegrias... Juntá-los seria como construir a nossa história e fazemos isso todos os dias. Salve a saudade e também "uma certa saudade" :D
Aguardando o seu retorno!!
Boa semana!!
Beijus,
Em breve estarei "ao serviço", querida Luma...
EliminarNada de mais acertado. Se houve "vida", haverá saudade. Logo, que faça parte da nossa história, sem tristeza doentia!
Bjuss :)
Boa tarde, Odete, belíssimo poema e belas rimas.
ResponderEliminarLendo-o me deu saudades, saudades de um tempo que não posso viver mais.
Dizem que só sente saudades em viveu, então eu vivi muito . Tenha uma linda semana! Grande beijo!
Obg, querida Marli. Na verdade, será impossível não sentir esse sentimento. O importante é que ele não nos deixe sem ânimo!
EliminarBJO :)
Uma ode triunfante com bandeira desfraldada.
ResponderEliminarGostei da fluidez e do escorrer de palavras, rimas e sons.
Beijinhos
Grata, Pérola, pela presença, leitura e comentário.
EliminarEm breve estarei livre para apreciar as tuas "pérolas"
BJO :)
Sobressaltos, cores e aromas em tempos de férias. Alguns, certamente passageiros.
ResponderEliminarbj
A possível "definição" do sentir saudade e a vontade de ser sempre mais forte... Se ela se instala, sente-se confortável e não desocupa a nossa casa!
EliminarBjo, amigo Armando :)
Um dia destes tenho que me assomar à proa!
ResponderEliminarGostei das vistas no teu poema, amiga!
Mil beijos e muitas saudades.
Saudades também, querida Teresa, mas saudáveis!
EliminarEm breve estarei mais liberta!
Bjuzz :) :)
A saudade faz parte da vida de todos e permanece nas "tranqueiras" que muitas vezes aprisionamos. Concedeu-lhe liberdade, o que desonera o sentir, transformando-a em opção momentânea. Muito bela sua viagem pelo caminho da saudade. Felicidades em todos os seus projetos. Bjs.
ResponderEliminarAinda sem tempo para o tempo que me merecem @s amig@s...
ResponderEliminarJá li há algum tempo (nem sempre vou ver comentários a postagens anteriores) e quis responder logo, mas não me foi possível. Obg pelos votos de sucessos nos projetos...
Um bjo de carinho, querida Marilene :)
Não resisti e vim reler seu poema. Sua linguagem é muito rica, Odete! Cada vez que penetro nos seus versos encontro novas colocações dignas de nota. Você mencionou "sóis engarrafados", que tenho como o obscuro que envolve nossas vidas quando nos entregamos à saudade, pois deixamos de perceber seu brilho e sentir seu calor. Valeu estar aqui de novo. Grande beijo!
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