quinta-feira, 2 de julho de 2015

E no entre-Tanto faço caminho

 Obra de Amadeo Modigliani
É na hora das Trindades,
a hora do tudo ou do nada,
que licito peça a peça
o todo do nada
que à nascença me foi legado.
Ocupo um ínfimo espaço
entre diversas velharias
num bricabraque como destino
onde almas gemelares
ao Destino foram prometidas.
Recuso-me a este leilão,
mercado de escravidão,
vida desprovida de sentido.

E na hora das Trindades
adormeço horas desassossegadas.

Depois em noites estreladas,
num céu de luz bordado,
sei que não sou obrigada
 a ter um único caminho.

(Tanto ser, tanto fazer,
tanto eu a acontecer.
E no entre-tanto
sou-me en-canto…)

É na hora das Trindades
que, por fim, faço caminho…

OF – 13-05-15

22 comentários:

  1. ~ ~ ~
    ~~ «Caminhante, no hay camino, se hace camino al andar.»

    ~~ É urgente mudar! À «hora das Trindades»...

    ~~~ Muito belo, este poema incentivador! ~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

    ~~~~~~ Beijinho ~~~~~~~~~
    .

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  2. Um belo poema minha amiga e é na hora das Trindades que se faz o caminho.
    Gosto muito daquele retrato do Modigliani.
    Um abraço e um bom fim de semana.

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  3. "Na hora das Trindades" a nitidez do poema procurando o caminho...
    Muito belo.
    Um beijo.

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  4. Lindo o seu poema amiga, como tudo que sempre encontro por aqui! Típico de sue bom gosto!!!
    Beijos e beijos

    http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/

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  5. Olá, Odete.
    Espero que esteja bem, com a vida andando em bom rumo.
    "Tanto ser, tanto fazer" - e sem ser "obrigada a ter um único caminho".
    Tanta vontade, tanto querer, tanto desamarrar de nós do destino.
    Bonito.
    E conseguir, por fim, adormecer em sossego.
    bjn amg

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  6. Jamais deixes licitar
    Quanto a Vida te cedeu.
    Quando o dia se acabar,
    Trindades vão badalar...
    Faze só o que é teu,
    Caminha teu caminhar.




    Beijos



    SOL

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  7. Esse entre-Tanto, como bem insinuou, pode ser grande e até árduo, mas não impede que se encontre "o" caminho. Vi inconformismo no começo de seu poema e muita luz no final. Em-Canto, a sabedoria do entendimento e da escolha. Grande beijo!

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  8. OI ODETE!
    ENTRE-TANTO, SE CONTINUARMOS, ENCONTRAREMOS NOSSO CAMINHO...
    LINDO!
    ABRÇS
    -http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  9. Também me recuso a este leilão de escravidão, amiga.


    Excelente poema , muito bem ilustrado.

    Abraço grande

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  10. Tamujunta (como dizemos por aqui) amiga. Caminho único? Tôfora! É a busca constante, o caminhar e caminhar que faz o caminho. Um passo de cada vez!
    Beijuuss Odete

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  11. Neste mercado de escravidão onde se licita as peças que não tiveram oportunidade de caminhar, é necessário combater o licito peça a peça para ser possível encontrar o caminho desejado.
    AG

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  12. Hoje vim espreitar, pé ante pé,para não se notar tanto a ausência, mas entre-Tanto, acertei na hora das Trindades, a hora de reunião, a hora certa. Grande presságio! Fiquei mergulhada neste poema singular.
    Bem hajas amiga.
    Abraço imenso.

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  13. Boa noite, Odete.
    Um belo poema que deixa ao leitor a convicção da ação apesar de tudo, no entanto, como bem disse, vez em quando escolher é complicado, contudo, necessário.
    Não nascemos para termos uma vida em sentimentos miserável.
    A decisão é parte fundamental do caminho.
    Parabéns.
    Linda semana de paz.
    Beijos na alma.

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  14. Olá querida adorei seu cantinho ... conheça o meu blog que acabei de fazer que se chama (Jardim da Nana) ,onde falarei de td e um pouquinho ,me segue la ok ...??? bjinhos tenha um dia lindo em CRisto .... Deus te abençõe bjus

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  15. Olá, Odete
    Depois de uma ausência maior do que eu desejaria... aqui estou a matar saudades.
    Óptimo poema!
    A "hora das Trindades" é a hora de todas as revelações. Recordo as badaladas, carregadas de misticismo, quando em criança passava férias no Norte, em casa dos avós paternos. Era Verão! As noites eram perfumadas e enluaradas...
    Tanta saudade!
    A escravidão não pode ser aceite. Tem que ser TODA combatida.

    Bom fim de semana.
    Um beijo
    MIGUEL / ÉS A MINHA DEUSA


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  16. Odete , " fazer caminho no entre-Tanto " é a jornada que cada qual deve escolher .
    E , você com sua escrita perfeita nos explica , na dança das palavras ,o encanto que este caminho deve ter .
    Obrigada .
    Beijos e bom final de semana .

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  17. Existem várias rotas para o caminhar,
    sendo assim, a importância da liberdade de escolha.
    Nada como voar "num céu de luz bordado" registrado
    na nossa rota interior...
    Belo poema em harmonia com a obra de Modigliani.
    Bjos, Amiga.

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  18. Na Hora das Trindades tudo parece mais verosímil...
    Muito bem, Odete!

    Um beijinho :)

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  19. Que o "tanto eu a acontecer" aconteça tanto, mas tanto!
    Chegar aqui não é para ler em transversal e deixar duas ou três palavras. Que sim senhora, que muito bem.
    Tempo. Calma. Apreciação.
    E depois sim posso dizer sem culpas que gosto muito.
    Um beijão

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  20. Trindades: o encontro da saudade com as Avé-Marias, numa belíssima poesia.
    Beijinhos!

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  21. Não é vulgar este termo aqui pelo sul. Na hora de olhar a lua, encontro uma outra rota. Bj

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  22. Um encanto são as suas palavras.
    Poesia de fino quilate, é a sua. Porque me encanta.
    Tenha um óptimo fim de semana.
    Abraço poético, minha querida amiga Odete.

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