Pintura de William-Adolphe Bouguereau
(Zéfiro, o deus grego do vento oeste e a deusa Chloris)
Traz-me
o vento sinais indecifráveis
e
preciso consultar os oráculos ancestrais.
À falta
desse tempo a mim vedado,
observo
o remanso da folhagem
e os fumos
elevando-se ao céu.
Mas,
trai-me o meu parco olhar
e a
pressa de sossegar a inquietude.
A
promessa de ventos favoráveis
libera
os barcos antes de tempo anoitecidos.
E
vejo-me menina na barca do rio,
entre
rios maravilha de lodosos fundos,
mostrando
os perigos da travessia,
tisnando
os sonhos que as margens encolhiam.
E havia
o cata-vento como indício
e
outros sinais desde o princípio
de
antes do verbo e do batismo…
Preciso
é catar o vento, o vento
que no
teu corpo sopra de mansinho.
Deixa-me
o vento geométricos sinais
que no
meu corpo indicam o caminho.
OF – 15-06-16
Um belo sopro transformado em poema minha amiga, gostei bastante.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana.
Que te soprem sempre ventos favoráveis, estimada Poeta.
ResponderEliminarHá travessias que impõem cuidados meticulosos...
Um poema interessante, onde se adivinham brisas fluviais
refrescantes e pacíficas.
~~~ Beijinho, Odete. ~~~
Circunscrever o eixo da memória para decifrar os sinais do vento e do amor.
ResponderEliminarUm poema excelente, Odete.
Um beijo.
A vida viaja nos sopros:
ResponderEliminaro sopro da respiração, o sopro da inspiração,
o sopro do amor, o sopro da memória em que
ficam as lembranças inscritas de um sentir,
de uma história...
Parabéns por este poema de um sopro (arte) sublime único!
Grata por este momento de leitura preciosa e única.
Beijo.
Que atmosfera mais doce, Odete! Apenas um leve sopro. Assim é o Amor.
ResponderEliminarBeijo
SOL
Excelente texto....
ResponderEliminarA vida é um caminho de sombras e luzes. O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar a luz.
~Henri Bergson
Cumprimentos
Um leve sopro nos cabelos da menina que observa o cata-vento durante perigosa travessia!
ResponderEliminarOlá, Odete
ResponderEliminarMagnífico poema.
O destino traçado desde tempos imemoriais...
Os sinais estão lá todos.
Apercebê-los, interpretá-los, burilá-los se/quando necessário é a arte da vida.
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Odete , quanta sensibilidade e frescor nestes sopros . Obrigada por deixá-los visíveis a nós . Sempre bom estar por aqui . Beijos
ResponderEliminarAmiga, não é muito meu hábito responder a comentários que fazem a posts meus, a não ser para responder a perguntas que me façam...
ResponderEliminarContudo, ao ler o que escreveste acerca de "In Memoriam" senti vontade de o fazer, porque o soubeste interpretar perfeitamente.
Talvez possas imaginar a dificuldade que tive em escrever aquele texto, quanto me custou revê-lo, e até as lágrimas que engulo com comentários semelhantes ao teu.
Só me resta dizer: Obrigada!
Um beijinho grande
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
PS - Entretanto... não sei se reparaste no meu último post. Gostaria imenso de saber a tua opinião a respeito pois, tratando-se de um "pretenso" soneto, a tua opinião é, para mim, muito importante. É SEMPRE, claro, mas no "ramo" da poesia, onde sou apenas uma intrusa, a tua opinião de poetisa consagrada é ainda mais importante.
Mais 1 beijito.
Os ventos, muitas vezes, são mesmo favoráveis.
ResponderEliminarComo neste caso, já que o poema é mesmo EXCELENTE.
Parabéns, minha amiga, gostei imenso.
Odete, tem um bom resto de semana.
Beijo.
Sopro de vitalidade na Poesia, revigorando-a pois que ela é vida.
ResponderEliminarMuito obrigada, cara Odete, por esta arte com que alimenta o seu
blogue e nos alimenta a nós.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Olinda
Arte poética em chama ardente...
ResponderEliminarOs deuses, pelo menos no Olimpo, continuam a existir.
Gosto muito de te ler, Odete. Tu sabes.
Um beijinho :)
Acho o poema muito bom, com um magnífico final.
ResponderEliminarBeijinhos, linda