Obra de Enrique Monraz
Se de
nevoeiro se tratasse,
bastava
esperar que o tempo aclarasse…
… mas…
É névoa
permanente a mágoa consistente,
lodosa
água a turvar a nascente
da
limpidez da imaculada morada.
A alma,
lugar de todas as imanências,
se
maculada, faz pousio na secura do vazio
e os
gestos vestem a nudez do desapego.
Não há
rio, corrente, sequer fio de prata
que
lave a neblina de turvado olhar,
perdido
em terras de ninguém…
…
Tampouco…
O sol
nascente para lá do horizonte,
a lua
em quarto crescente prometida
branqueiam
o enevoado espaço de dentro.
Se
apenas dos dias o nevoeiro fizesse parte,
eram as
noites que faziam os (nossos) dias.
OF – 14-09-16
Não costumo pedir nada mas, desta vez, atrevo-me: quem passar por esta partilha e não tenha estado na anterior, gostava muito que não a ignorassem. Obrigada.
Não costumo pedir nada mas, desta vez, atrevo-me: quem passar por esta partilha e não tenha estado na anterior, gostava muito que não a ignorassem. Obrigada.
Um poema a ficar nos olhos, diante da beleza e profundidade
ResponderEliminarcomo um rio na limpidez da alma a colorir e descolorir a
realidade (que as vezes magoa...), a convidar ao passeio
do desapego, que a alma tanto pede e um mundo carente
de almas, querida poeta!...
Que belo passeio de alma, poesia com alma!
A imagem escolhida é belíssima e harmoniza
com o teu poema.
Bjos, querida Odete!
Belíssimo poema , Odete . Sempre que venho ao seu espaço fico encantada . Obrigada . Beijos
ResponderEliminarExcelente poema. Gostava de ter engenho e arte para comentá-lo como merece.
ResponderEliminarUm abraço
A mágoa, "lodosa água a turvar a nascente da limpidez". Na "lua em quarto crescente" há uma mulher em cujo rosto se passeia o lado mais claro da noite...
ResponderEliminarUm poema profundo e muito inspirador, minha amiga Odete.
Uma boa semana.
Beijos.
Uma meditação de vida esse seu poema para nossa vida! Filosófico!
ResponderEliminarAbraço.
larvar, letra a letra, insinua-se a mágoa no corpo do poema.
ResponderEliminarpoesia a tua entretecida como renda. em dedos sábios.
gostei muito. beijo
Um poema perfeito e sublime!
ResponderEliminarUma elocução de uma beleza singular e brilhante
sobre os efeitos psicossomáticos de um grande desgosto.
É, mesmo assim, querida amiga...
Esta tela de EMonraz traduz em pleno um tempo suspenso...
Um louvor elevado à tua perícia verbal e ao teu bom gosto.
Beijinhos, Poeta.
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Névoa e mágoa, duas palavras que tão bem traduzem a tristeza dos dias e das noites, mergulhados num mar de oportunidades perdidas.
ResponderEliminarUm poema rico, com uma cadência sublime. Adorei, Cara Odete.
Beijinhos
Olinda
Fiquei fascinada com a tela de Enrique Monraz e ao ler o seu profundo poema percebi esta sua escolha.
ResponderEliminarO seu poema, que li e senti, torvou-me o olhar, talvez porque também não vislumbro um dia límpido.
Odete, envio-lhe um beijinho comovido
Estou como a minha amiga Elvira, gostava de ter engenho e arte para poder comentar convenientemente este belo poema como ele merecia, mas posso dizer que gostei bastante de o ler.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Só mais uma coisa, é fantástica e espectacular a obra do Enrique Monraz.
EliminarUm dos mais belos poemas que já li.
ResponderEliminarOs trocadilhos e as metáforas parecem fazer saltar as palavras da própria poesia. Nevoeiro e cristalino a antítese que nos leva ao âmago de nós mesmos.
Moradas que por mais cristalinas que sejam, não estão isentas do lodaçal banhado de mágoas, por mais puros que sejam os os voos da alma...
Fabuloso, Odete,
Abraço!
Gostei muito deste poema ... A Odete cada vez escreve melhor , se isso é possível! ... Lindo mesmo!
ResponderEliminarBeijinhos
Esperança, sempre a esperança da luz, a claridade!
ResponderEliminarE nem a noite haveria!
É névoa permanente a mágoa consistente,
ResponderEliminarlodosa água a turvar a nascente
da limpidez da imaculada morada.
Li o post abaixo e já nem sei comentar este teu excelente poema.
ResponderEliminarPorque um neto é o mais belo poema de amor...
Odete, tem um bom resto de semana.
Beijo.
Amigo Jaime: este poema é apenas uma criação poética.
EliminarA verdade é que estou em estado de graça, mas, este estado, não impede de escrever sobre um sentir que, em qualquer momento, se pode apropriar de qualquer um de nós. Bjinho (em breve atualizarei a leitura no teu espaço)
ResponderEliminarPois é, Odete, tantos avanços tecnológicos e um retrocesso nos relacionamentos! Não digo que não há amor ou relacionamentos saudáveis entre as pessoas, mas com todos esses avanços nota-se um número crescente de ataques e rancores gratuitos, cada um diz o que quer a quem achar. Nem todos foram feitos para amar, e isso é triste de se ver. E as mágoas são inevitáveis, dores, doenças aparecem para completar o quadro de desolação.
Belo, atualíssimo poema.
Um beijo, amiga.
*Ótima obra de arte!
Nevoeiro é (sempre) uma cortina que faz esbater o espaço. Nem sempre adivinhamos o que ele esconde, mesmo que conheçamos os horizontes.
ResponderEliminarPoema muito belo.
Parabéns, Amiga.
Beijo
SOL
Acróstico
ResponderEliminarAh! poeta, filha de Portugal
O teu cantar é tão nobre, ou quase
Dou-te, com méritos, o meu aval
Em todo teu canto, em cada frase.
Tens um dom lírico sem igual
E respeitas o bom uso da crase
Faz do teu poema obra genial
Eu gostaria de ter essa fase.
Revelas este teu grande talento
Rindo ou chorando em cada verso
Escuto sentindo, tanto lamento.
Irás conquistar o nosso universo
Rápido implacável como um vento
Ainda que dalgum modo transverso.
.
ResponderEliminarO nevoeiro é um véu,
Feito mistério sombrio.
Ele aparenta vazio
Mesmo que fosse um Céu.
Beijo
SOL
Ah! Nesta noite de festa,
ResponderEliminarSobram sonhos,fantasias...
O Menino Deus nos empresta
Encanto e alegrias.
Feliz Natal
Beijo
SOL