Mais
um dia um de novembro. Talvez o último em que seja feriado. Não me recordo de o
ter vivido com alívio, com alguma satisfação. É um dia pesado como se carregasse
nos ombros todas as almas mortas; também a minha, vertendo, antecipadamente, as
lágrimas do um voo contrafeito para outras paragens.
Se
deixar de ser feriado, talvez me iluda e as lápides evocativas de presenças
neste mundo, cumpram a sua missão: a de vigilantes de uma certa perenidade
visível. Depois, raios, é raro não ter presente uma partida recente de alguém
muito jovem. Parece uma sina!
Decididamente
não gosto deste dia. Mesmo que fosse pesado por imperativos profissionais,
sempre teria à minha volta caritas vivaças e os risos cristalinos da minhas
crianças. E a frase da T. (escrita na recente produção de texto) “Este ano vou
sorrir mais à vida.”, prender-me-ia a alma à terra, plantando-a num dos
canteiros do meu jardim. Sei que, quem por ali passasse, receberia a poção da
vida…
(Costuma-se dizer “não
acredito em bruxas, mas que as há, há”. Pois estou no mesmo patamar. De certeza
que andaram por perto, apesar de ter entrado nas tradições que, desde há uns
anitos, regressaram, abrindo a porta a quem me visitou. Logo, portei-me bem! Em
todo o caso, não se devem ter dado por satisfeitas. Hoje o portão não abria e o
esquentador só deu água quentinha a quem lhe apeteceu. Nada que tivesse
atrapalhado assim tanto a manhã de mais um dia um de novembro…)
Odete
Ferreira 01-11-2012
Foto – Autor desconhecido
O mês de Novembro carrega mesmo este peso que lhe atribuis.
ResponderEliminarNo entanto, se lhe adicionarmos os teus pozinhos de poesia, sorriem os crisântemos nos jardins.
Bom dia,amiga.
Bjuzz :)
Pozinhos, lágrimas de fantasia, enfim, tudo o que puder eivar o negativismo de momentos...
EliminarBjuzz, querida Teresa :)
Li este teu texto ontem...e fez-me sorrir.
ResponderEliminarHoje, sorrio também.
bji, querida
Vê bem, estou a responder passados mais de 15 dias...
EliminarJá tanta água correu debaixo da(s) ponte(s)...
bjo, princesa :)
Como não gosto do Outono , menos ainda do Inverno, Novembro é sempre pouco agradável.
ResponderEliminarGostei do poema abaixo e quando estive em Mirandela, na minha visita mais recente, estava um dia esplendoros e a transboradr de gente.
Bons sonhos
Pena não ter dito nada...Levá-la-ia a um sítio encantador...
EliminarObg pela leitura, São.
Bjinho :)
São mudas as neblinas nesta ilha
ResponderEliminarÉ de pobreza o pão que alimenta o meu sentir
Oiço o mar com os meus próprios dedos
Parti do desencontro dos meus derradeiros medos
Parti e deixei no cais mil dúvidas
Lembrei tempos que corri feliz pelas amoras
Nesses dias bebi sofregamente a vida
Nesses dias a minha alegria era incontida
Um radioso domingo
Doce beijo
Obg pela presença, amigo...
EliminarEm tempo de aulas a gestão do tempo ainda se torna mais complicada, mas lá irei ao teu apelativo cantinho!
Bjo :)
Gostas de trabalhos difíceis, tu...
ResponderEliminar;)
Depende da dificuldade, oops!!!
EliminarMas também aprecio umas sopas à lareira...
:)
Belo texto...Espectacular....
ResponderEliminarPasse no meu blog tem lá um Prémio....
Cumprimentos
Obg, Fernando...
EliminarClaro que fui ao blogue e vi o prémio. Agradecida, um gesto bonito. Não sei é como é que essas coisas funcionam. Mas bastou a sua generosidade...
Bjo :)