o
tempo marca singular compasso.
Agenda
caminhos que não escolho.
Autómata,
comandada,
marioneta
no movimento caprichoso
dos
ponteiros de relógios,
poluentes
em qualquer espaço.
Fuga!
No voo do pássaro,
horizonte
infinito, colorido.
Palco
de gracioso movimento.
Movimento
cíclico
-----dias
-----noites
-----semanas
-----meses
-----anos
-----séculos
-----milénios…
Sigo-o
numa correnteza,
cega
a escombros desconhecidos.
Fuga!
Na barca incerta do destino,
rodopio
na carícia suave da brisa,
sapateio
nas ondas alisadas,
desenho
coreografias impressionistas
nas
montanhas escarpadas
que
ladeiam tumultuosos rios
e
rio ao ritmo de tribais danças.
Fuga!
Na ilha do meu sentir,
caixinha
de música de melodias,
sinfonias
de milenares búzios
e
intenso rufar de tambores.
Como
vulcão em erupção,
danço
lavas ferventes,
seco
frescas nascentes,
quedo-me
extenuada
estátua
sedimentada…
Por
terra, em eterna dança.
E
assim o tempo venci…
OF
- 15-01-14
Foto
– Imagem da Relojoaria Vacheron Constantin
Parabéns pelo belo poema, e por teres vencido o tempo nessa eterna dança. Meu beijo.
ResponderEliminarJá tentei comentar no teu blogue. Não me deixa! :)
EliminarVence o tempo eternizando-se em poema, em emoção! Saí deslizando em cada movimento, em um bailado sincronizado, sentindo essa passagem, vivendo cada paisagem...
ResponderEliminarBelíssima poesia, amiga!
Beijo!
;))
Neste dança ensaias uma fuga contra o tempo.
ResponderEliminarComo rodopias na fertilidade da tua imaginação!
Bjuzz, amiga Odete! É sempre maravilhoso visitar-te!
Excelente poema....
ResponderEliminarA vida é esta bela valsa que toca neste grande baile onde eu te convido pra dançar. Às vezes ela se torna uma grande balada, quase sempre agitada, nos levando a mudar os passos da dança. Mas, seja lá como for e em que ritmo for, todos nela um dia encontram o seu par.
~Paulo Del Ribeiro
Cumprimentos
Essa dança foi mais uma beleza de se ver Odete. Euzinha ainda tô no dois pra lá dois pra cá com esse Senhor tempo!
ResponderEliminarBeijuuss
A bailarina poetisa que dança com o tempo em harmonia
ResponderEliminarcoreografia dos dias,segue o movimento cíclico na leveza do
desapego e deixa a natureza guiar o seu voo de partículas de
sonhos poéticos a brilhar nesta sombra-realidade...
Belíssimo!!
Viajei nesta dança,amiga...
Beijinhos.
Olá Odete.
ResponderEliminarAqui o tempo lhe rendeu uma linda melodia com as palavras, belíssima. Espero um dia também vencer este tempo.
Agradeço pelo carinho de sua linda visita, já estou bem melhor da gripe, obrigada.
Belos dias. Beijinhos.
Oi, Odete!
ResponderEliminarNão temos o controle do tempo e muito menos do destino...
Olha, menininha olha. olha a caixinha do tempo e veja os pássaros a bailar. Baila também menininha! Rodopia nas nuvens para esquecer as amarguras do senhor tempo.
Seu poema me fez viajar e ver alegres meninas bailando como anjos nas nuvens :)
Beijus,
Primeiro tempo - proposição de caminhos
ResponderEliminar"o tempo marca-se no compasso de um calendário pré-definido"
seja este o desígnio, que por oculto se desconhece,
seja este a mera ocupação do espaço cronológico que nos cabe
Segundo tempo - discorrência
Se o tempo é movimento e o movimento é ciclicamente determinado
que fazer?
Terceiro tempo - proposta
Fugir
à correnteza incerta sobrevoando-a num verso
aos mares tumultuosos que assombram o voo
Afrontar
o tempo/caminho
nos passos coreografados, talvez poéticos, marcados um tribalismo surrealista
Tempo quarto - Lugar
Sou inevitável pessoa (dentro de mim)
Sou inevitável lugar (ilha)
Tempo quinto - desfecho
"Como vulcão em erupção,
danço lavas ferventes,
seco frescas nascentes,
quedo-me extenuada
estátua sedimentada…"
Tempo sexto - epilogo
O tempo não se vence, mas num verso engana-se
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Um dos teus que mais gostei e que me levou por caminhos intemporais
(como se lê)
Bjo.