As cadeiras rangem por falta de uso.
Nelas sentam-se máscaras de ocasião.
No palco aparecem outras de solidão,
vestidas de personagens ensaiadas.
Impacienta-se o corpo molengão.
Prepara-se a mente para a evasão.
Teatraliza-se o espaço.
Recolho-me no silêncio
verbalizado nas vidas roubadas,
em conformidade com o guião.
Surgem palmas, risos ou trejeitos.
Esqueço-me de mim,
igualo-me no frenesim.
Senhoras e senhores, o espetáculo vai começar!
As pancadas de Molière anestesiam os sentidos.
Hoje também estou no palco
e sinto-me a atriz principal.
Depois tudo voltará ao normal.
Cá fora chovem vidas por contar.
Lá em casa, perdidas, contas por pagar.
Apagaram-se as luzes.
Na rua brilha a escuridão,
no olhar conservo a ilusão.
(Lágrimas furtivas
denunciam a emoção
das palmas batidas…)
Como dói a vida na palma da mão.
OF – 27-03-14
Foto – Autor desconhecido
Foto – Autor desconhecido
Algo que se desenha, mas teima em se esvair. E a ilusão ali tão perto...!
ResponderEliminarAdorei!
Beijo :)
Minha querida
ResponderEliminarA vida é esse palco que tu descreves tão bem, cheio de tudo e nada. É um palco cheio de ilusões que se esvaiem ao apagar das luzes. Sempre lindo e profundo.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Escolheste os bastidores, mas não deixaste de sentir a vida em palco e o palco da vida. Aplausos, amiga.
ResponderEliminarBjuzz :)
A vida é feita de pequenos e grandes palcos. De comédias, de pequenos e grandes dramas e tragédias. Assistir da plateia é uma coisa, por maior que possa ser a identificação, mas ser a actriz principal é diferente.; é extenuar-se, é sentir dentro de si a escuridão que acompanha a vida dos espectadores, e tê-la exposta na palma da mão.
ResponderEliminarUm poema grandioso. Belo e profundo como tudo o que escreves.
Gostei muito, mas nem sei se entendi correctamemente, de qualquer forma, foi assim que li o teu poema...:-)
Bravo!!
xx
É Odete vc , para variar, traduz em versos belos o palco da vida nossa de cada dia! E somos personas com comédias, dramas e tragédias...ainda bem!rsrs
ResponderEliminarBeijuuss amada
No palco do teatro, a arte da vida assistida...
ResponderEliminarNo palco da vida, a arte dos dias vividos...
O sentir (as emoções) presentes nos dois, tão essencial
quanto o respirar...
"Como dói a vida na palma da mão."
Como é grande o coração do poeta que sente e respira poesia,tu sabes
bem,grande poetisa tocar a nossa emoção na raiz.
Sempre um momento especial aqui no teu espaço,
respiramos a arte essencialmente bela!!
Beijos,querida Odete...
Um ritmo avassalador em homenagem ao Teatro, o Mote.
ResponderEliminarUm belo texto.
bjs
Espectacular....
ResponderEliminarA vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.
~Charles Chaplin
Cumprimentos
Bonito isto!
ResponderEliminarCheio de detalhes e consciência...Bravo!
Boa tarde!
ResponderEliminarTbm ando me sentindo a atriz principal, do palco de minha vida.
Oras triste horas mais ou menos, mas é assim mesmo pelo menos eu quero acreditar que sim né?
Seu texto é um bela reflexão.
Que vc tenha um mês maravilhosooo!
Bjsss
Gosto do teatro, mesmo o da vida.
ResponderEliminarQue belíssima reflexão!
Beijos
Oi, Odete!
ResponderEliminarUma pena que o autor não possa ser reconhecido - Emocionante e nos coloca em cena, na pele do artista!
:)
Beijus,
Olá, Luma. Todos os textos, poesia ou prosa são de minha autoria (OF - Odete Ferreira); quantos às fotos retiradas da pesquisa google, quando não tenho minhas ou de amigos que mas cederam, coloco "foto-autor desconhecido"
EliminarBeijus, querida Luma :)
Querida poeta,
ResponderEliminar"Como dói a vida na palma da mão", que desfecho!
As palmas a traduzirem emoção e as vezes o clap é tao forte que chega a doer essa felicidade saindo em eco do corpo
beijos!
A cada subida do pano, a cada representação, é mais um dia que passa no palco da vida que tão bem cantaste em verso, com as suas alegrias e tristezas, onde a dor é um sorriso e a alegria um rio de lágrimas.
ResponderEliminarGostei tanto !
Viver peça que foi escrita para nós, nem sempre acaba com uma ovação de pé, mas se não representarmos o nosso pleno, nunca lhe conheceremos o desfecho..
Beijos mil. D
OI ODETE!
ResponderEliminarCOLOCAS AI, A VIDA COMO ELA É, UM PALCO NO QUAL SOMOS OS ATORES PRINCIPAIS, ALGUMAS VEZES OVACIONADOS E MUITAS OUTRAS SEM NEM MESMO OS NOSSOS APLAUSOS....
LINDOTEXTO, O QUE É UMA CONSTANTE POR AQUI.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
A foto pouco interessa para palavras tão bonitas. Gostei!
ResponderEliminarBeijinho!
Quando olhamos para trás percebemos, com clareza, os momentos em que estivemos no palco, representando, apenas, enquanto guardávamos as emoções. No hoje, nem sempre isso é possível, pois estamos vivendo, realmente. E creio que esse viver merece aplausos, mesmo quando a noite desce e não encontramos as estrelas. Nem nos identificamos com elas.
ResponderEliminarTenho lido seus comentários em blogs amigos e tive curiosidade a propósito de seu espaço. É é rico, como imaginei. Abraço.
Abre o pano
ResponderEliminarcai o pano
o tempo passo
também no palco da plateia
Belo texto