Obra de Hélio Schonmann
Tens o milagre na mão,
gesto de ternura efusivo,
queima-te o rosto já tisnado,
pedaços de sol escondidos
espelhada terra dos teus sentidos.
Sentes a raiva da ausência.
Da flor, do aroma, do sabor.
Do fruto, do tato, do amor.
Mas tens o milagre na mão!
Alongas-te no mágico infinito
e sacias a flor e o fruto proibido.
Procuras a sereia na seara.
É o mar que te entontece.
Vês azul
no lugar do verde.
Mas tens o milagre na mão!
Sulcas um leito de espigas
e na sereia adormecida te deitas.
Palmilhas trilhos de desejos.
Caminhante de cajado calejado.
Páras cansado de insanos ensejos.
Mas tens o milagre na mão!
E dos trilhos fazes caminho
direto, tela retocada do teu paraíso.
Tens o milagre na mão…
Beijas o sol íntimo amigo.
Acaricias
o ventre de lua cheia.
Apascentas o rebanho de estrelas.
Teces poemas nas tardes demoradas.
Acolhes o repenicado pio da passarada.
Tocas o piano da natureza matizada.
…E no milagre da tua mão
prendes a musa sedução…
Palmilhar trilhos de desejos...e bem longos, sei o que é, mas nunca tive o milagre na mão, não.
ResponderEliminarQuerida Odete , que tenhas noite muito serena :)
Só recebe quem pede, só acha quem procura, o que bate vê as portas se abrirem,
ResponderEliminarE na hora certa o milagre vem!...
É isso: o milagre esta aqui, na nossa mão: resta-nos segurá-lo e por em prática.
ResponderEliminarbj amg
O sol que tisna o rosto na forte ligação à terra, também permite o espelhamento dos vastos horizontes da alma. E toda alma de terra sente um desejo de mar que pelo milagre pode ser concretizado na seara verde e em todos esses matizes da natureza.
ResponderEliminarUm vocabulário riquíssimo a possibilitar imagens estrondosas, numa duplicidade de sentido que me cativou. Um poema maravilhoso, Odete!
Escrever assim também deve ter a ver com um qualquer milagre...:-)) Adorei.
Boa semana!
xx
Boa noite, Odete (aqui já é noite... uma hora mais tarde do que em Portugal)
ResponderEliminarSustento na minha mão o milagre da vida!
Sinto muitas vezes a raiva da ausência... da ausência (forçada) do meu país de adopção (não de nascimento...) que adoro, dos amigos e amigas que aí estão, do céu azul de Portugal, e... desse clima tão ameno!
Não vou dizer mais nada para não estragar a beleza deste poema excelente.
Uma semana muito feliz.
Um beijo
Miguel
Há milagres simples de explicar
ResponderEliminarO paraíso difere de pessoa para pessoa. Perto ou longe dele, o conhecemos. Na distância, fome de presença. Como resultado da vontade, um retocar dessa tela, em comunhão com o belo. Depreende-se da última estrofe de seus sublimes versos um enlevo tal que, se seduz o leitor, muito faz para a alma de quem conhece seu poder.
ResponderEliminarEstive aqui antes (rss). Li e reli seu poema e, a cada vez que o fazia, minha viagem era diferente. Hoje, resolvi passar-lhe o que agora sinto. Você é muito talentosa e admiro sua escrita. Bjs.
Oi, Odete!
ResponderEliminarUma afirmativa carregada da responsabilidade que é arcar com as consequências dos próprios desejos e sentimentos. Mas também da alegria de poder ter a liberdade de fazer o que bem queremos dos nossos impulsos.
Boa semana!
Beijus,
A terra , o mar, o sol, as searas ondulantes de sereias... tudo é vibrante, tudo é vida, tudo és tu. Tu és vida e o milagre da vida estará sempre ao alcance da tua mão.
ResponderEliminarBeijos, minha querida. Lindo de ler..
Boa noite, Odete. Voltei, porque agora a liberar os comentários do blog, e vendo a referência que fez ao nome de meu Simão, vim contar-lhe a razão do nome: como o bichinho era minúsculo, achei que merecia um nome "de peso", que impusesse respeito. E "Simão" é um dos nomes masculinos de minha predileção: é forte, sua tónica torna-o bem sonante. Na altura houve alguma implicância de início, por ir eu dar "nome de gente" a cão, mas depois todos adoravam o nome, precisamente porque conseguiram entender a razão.
ResponderEliminarE na rua, era curioso, porque como eu vivia chamando por ele, estavam sempre à espera que aparecesse cão de respeito, grande! e aparecia aquela coisa pequena que mal se via... e era um sucesso :)
Um bjo amg e obrigada p/carinho
Com imenso carinho
ResponderEliminarestou aqui espero sinceramente ,
que possa me entender.
Ñ estou conseguindo digitar
infelizmente .
Espero , que não me deixe
de me visitar por estar avisando ,
que terei que visitar sem poder fazer comentário.
È triste , mas tem coisa pior tenho esperança
de recuperar um pouco de tudo que perdi
a cada dia aos pouco.
Conto com seu entendimento ,
as coisa ficaram serias demais.
Na medida do possível estarei deixando uma
mensagem de amor e carinho.
Estou triste porque sei ,
que muitos ñ entendera.
Um beijo terno e carinhoso.
Evanir.
PS:Estarei fazendo sorteio de um vestido Indiano
caso gostar na lateral do meu blog tem um vestido q,
é para trazer para seu blog.
Desejo desde já boa sorte quem sabe ñ será vc
a entrar no novo ano com vestido mais um vestido novo.
Amada você esta na postagem do meu blog.
"Alongas-te no mágico infinito"
ResponderEliminarPara quem se diz meio leiga sobre assuntos metafísicos, essa é uma frase que interessa e me importa dentro da complexidade usual de suas palavras...
Porta-te mal
ResponderEliminartenho dito
Querida Odete,
ResponderEliminarEste é um daqueles poemas para ficar na retina,refletindo na alma
a beleza única da inspiração sublime, o milagre da vida...
A beleza da tua expressão poética acionando uma emoção
cristalizada numa intervenção que semeia a reflexão. Isto é
maravilhoso,amiga.
Adoro voar aqui...
Uma semana luminosa! Bjos.
A realização dos sonhos está em nossas mãos...
ResponderEliminarOdete, abraço de luz !
O Milagre na Mão é fazer crescer o Paraíso em searas de Oceanos e Sereias, em Amor e Poesia ...
ResponderEliminarVerdadeiramente, acho que tens o Milagre na Mão. É só torná-lo realidade.
Amei o teu Poema.
Beijos
SOL
Oi Odete como vai vc? Sim menina temos o milagre em nossas mãos, mas infelizmente deixamos ele passar despercebido e quando vemos foi...Mas como ñ sou boba estou aqui em seu lindo espaço, onde é um verdadeiro milagre. Lindo amiga!Agradeço por ter ido ao meu espaço.
ResponderEliminarBjsss
Acabei de ler no blog da Evanir, “A Viagem”, um poema teu de que gostei imenso.
ResponderEliminarO mesmo tenho que dizer deste “Milagre”.
Com o dom poético que possuis o Milagre da Vida estás nas tuas mãos, e se há milagres que nos parecem inexplicáveis, este é muito simples de justificar e estará sempre ao alcance da tua mão.
Dizer “gostei” é muito banal… mas a verdade é que GOSTEI!
Beijinhos, querida.
Mariazita
Também gostei muito da imagem.
Faço meu o comentário do nosso amigo Sol, se ele permitir.
ResponderEliminarMInha amiga, grande abraço:)
Há mãos que fazem milagres.
ResponderEliminarMas os milagres dão sempre algum trabalho...
Como este teu excelente poema, que gostei imenso.
Bom resto de semana, querida amiga Odete.
Beijo.
Natureza e sentimento: o que somos e àquilo que nos integramos.
ResponderEliminarNão consigo quase nunca expressar em palavras o que sinto através da leitura dos poemas que chegam a mim, mas me deliciar com eles flui....
Descobri hoje teu espaço, Odete. É belo, e tu transpiras poesia.
Belo fim de semana!
Ter o milagre no olhar e aceitar o vazio das mãos...
ResponderEliminarGostei de ler este poema.
Um beijo.
Tento não me repetir, mas agradecer nunca poderá ser considerada uma repetição...
ResponderEliminarAssim, amig@s, sou-vos grata pela vossa presença, leitura e comentários. Nestes, mesmo não tendo tempo para responder individualmente, sintam que estou presente na partilha de sentires.
A quem veio visitar-me pela primeira vez, logo que possa visitarei os vossos espaços.
Meu beijo :)
Olá, amiga!
ResponderEliminarSim, tens o milagre na mão! O milagre de brincar com as palavras! O imenso prazer de as misturares até lhes sugares o sentido. Fantástico!
Beijo.