Obra de Pawel Kuczynski
Momento(s) - XXX
A vida aparece de sopetão.
Engano nosso se pensamos
tê-la na mão.
Por isso os caminhos são tão
sinuosos,
preguiçosos,
sorrateiros,
matreiros.
Raposas de orelhas
arrebitadas,
rindo a bandeiras
despregadas
quando o corpo marca marcas
zangadas.
Raiva centrifugada
num processo mental.
Escorre liquefeita
enformada numa alma
depurada da maleita.
E segue-se outro caminho,
diferente do indiferente
mundo de verbal diarreia…
OF,
27-06-14
Olá Odete,
ResponderEliminarArrasou. Estrondosas palavras tão bem niveladas e certeiras.
Bj amg
Excelente texto....
ResponderEliminarCumprimentos
ResponderEliminar"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." Beijos
"Raiva centrifugada" não é o que sinto, a minha está concentrada cada vez mais!!
ResponderEliminarGostei muito do poema, amiga, e te deixo grande abraço.
Belo poema sobre a vida e os caminhos com surpresas ao virar de cada esquina. Quando pensamos que podemos controlar as bermas, acabamos por nelas derrapar. Centrifugue-se a raiva e a desilusão, aposte-se noutro caminho alheio à "verbal diarreia" que de nada servirá.
ResponderEliminarGostei do poema, muito incisivo, e a forma como o ilustraste tem tudo a ver com o poema.
Boa semana, Odete!
xx
Os caminhos são sempre diferentes. Mas, dado que todos eles vão dar a qualquer lado, acabam por ser bastante parecidos. Sinuosos, preguiçosos, etc., etc.
ResponderEliminarE o teu poema também é parecido com os que já li teus, mas só na excelência poética das tuas palavras, que é uma constante.
Tem uma boa semana, querida amiga Odete.
Beijo.
As obras do artista falam, são como alertas e provocam reflexão. Bela escolha!
ResponderEliminarAlguns se perdem nas curvas da vida, por imaginá-la um caminho certo. Jamais a teremos em nossas mãos, eis que nos apresenta surpresas a todo instante. Faz com que, satisfeitos ou não, mudemos o rumo. E para isso, não podemos perder o prumo. Momentos se sucedem e todos deixam marcas, sejam de riso, sejam de dor. Seus versos são especiais. Bjs.
E que este novo Caminho seja sempre um caminho verdadeiro!
ResponderEliminarMuitos abraços, Poeta!!!
Jorge Vicente
Por isso eu acredito no destino.
ResponderEliminarDesiluda-se quem pensa que pode orientar toda a vida a seu bel prazer.
Há tantas condicionantes a "levar-nos" por caminhos inimagináveis!...
Mas o teu excelente poema di-lo muito melhor do que eu... (eu, Miguel, entenda-se... , não EU...)
Que tenhas dias muito felizes.
Um beijo
Miguel
Perfeito, Odete!
ResponderEliminarE a vida é tão curta...
Boa tarde, os caminhos mudam e transforma-se inesperadamente, na vida tudo pode ser planeado mas não evita o inesperado.
ResponderEliminarAG
Olá Odete,
ResponderEliminarPura ilusão acharmos que a nossa vida esta em nossas mãos. De repente tudo muda, nossos planos, nossas ideias, nossos conceitos. Então vamos viver cada dia como se fosse único e fazer dele nosso instante de felicidade plena...
Lindo poema! Adorei!
Beijos com carinho
Marilene
Feliz momento de inspiração, querida Odete! Bem assertivo!
ResponderEliminarMomentos díspares, como se o mundo entrasse em verbal diarreia! É mesmo o que apetece dizer! Andamos tão enjoados!
Beijinhos, amiga!
Adorei, beijo Lisette.
ResponderEliminarSão tantos os nossos caminhos, são tantos os nossos momentos e tão belo é esse poema.
ResponderEliminarOdete, amor, paz e alegria!
Palavras fortes e sábias, bem ilustradas pelas imagens de Kuczynski, que ilustram em verso esta realidade prosaica.
ResponderEliminarBeijoca.
Oi tia vim te agradecer pelo seu carinho.
ResponderEliminarAndava sumida pois o pc da minha avó estava na UTI e junto com ele foi o meu E-mail, mas enfim tudo resolvido.
Eis-me aqui matando as saudades e saboreando desta maravilhosa leitura.
Obrigada por partilhar conosco.
Bjsss
Odete , comungo com suas palavras . Excelente , como sempre , seu texto . Agradeço a partilha e suas generosas visitas ao meu espaço . Belo final de semana . Beijos
ResponderEliminarOlá. EU
ResponderEliminarBom tudo.
Vim, desejar-te, um fim de semana, bem bom.
Muita Paz. Desejos de alegria. Certeza sim, que independente da tua religiosidade, o Criador, está sempre de plantão, olhando por mim e por ti, e nos convidando, a refletir sempre, que o melhor do mundo, somos nós, os seres humanos. Por isso, somos humanos e, criados, à sua semelhança.
Dito isto, te convido a vim " cumê' um "manuê" cá no meu blogue.
Um abraço.
A vida com caminhos e descaminhos que temos de trilhar...
ResponderEliminarUm beijo.
Os caminhos e os sentimentos nem sempre nos conduzem ao que "conhecemos"; sabemos que havemos de percorrê-los e senti-los, mas os resultados podem ser bem diferentes.
ResponderEliminarNão vale a centrifugação da raiva. Ela se esvai com o tempo.
Belo Poema.
Beijos.
SOL
Saudades saudades saudades de vir aqui. Perdi-te encontrei-te nao te deixo nunc mais. Andei perdida tb
ResponderEliminarE iz-me que é fito da Nina? Perdi-lhe o rasto, quero encontrá.la.
Kis kis kis
Saudades!
OI ODETE!
ResponderEliminarESTAMOS VIVENDO UM MOMENTO ONDE SOMOS FORÇADOS A OUVIR VERDADEIRAS DIARREIAS VERBAIS, PRINCIPALMENTE VINDAS DE POLÍTICOS, HAJA PACIÊNCIA.
BONITO E INSTIGANTE TEU POEMA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Sempre tão generosas as palavras que me deixam!
ResponderEliminarPor tal sou-vos grata.
Apraz-me dizer que, sobretudo se tenho pouco tempo disponível para escrever, rabisco um "Momento", geralmente um estado de alma, um sentir, Vale o que vale. Depois de divulgado, também é vosso...
Bjo, amig@s :)
Soneto-acróstico
ResponderEliminarÀ poeta
À essa poeta fecunda deveras
Ousada em rima e pensamento
De certo modo também esperas
Encantar-se com esse portento.
Tudo que ela escreve é retidão
Em sua obra há um certo primor
Faz da poesia perfeito galardão
E nos versos vestígios de calor.
Raiva demais, que centrifugada
Rareia na razão inversa da ideia
Em torno de algo ou quase nada.
Indiferente à universal diarreia
Ri de maneira insana alucinada
Ainda que perceba sua plateia.