Havemos
de ser peregrinos
quando
nada do que é palpável
nos suster
as asas.
Faremos,
então, caminho,
pelo
íntimo desejo
de
sermos a maciça pedra,
lisa e
cheia, que aponta o voo.
Indiviso,
polifónico,
como a
palavra que escutamos
no
indiscreto eco das falas
entre
os montes ávidos e libertinos.
Que nos
arrastam em ais subliminares
e,
sibilinos, nos enviam os sinais.
E,
sabemos, havemos de ser peregrinos.
Havemos
de ser fumo, fogo e fósforo.
A luz
que nos lateja nas têmporas,
a água
que nos mata as sedes.
Havemos
de ser o espaço e o tempo.
Num
sobrevoo redondo.
A rasgar
caminho.
OF
(Odete Ferreira) - 10-05-17
Obra de Carlos Calvet
(Informo os amigo e amigas que respondi aos comentários deixados na anterior publicação "Perceções I")
Agrada-me sobremaneira a ideia de ser peregrina,
ResponderEliminarquando «nada do que é palpável nos suster as asas»...
Muito etéreo, brilhante e belo este teu poema, Odete.
Entretanto, que venham dias agradáveis e especiais
com a proteção de Gaia e todas as divindades...
~~~ Beijinhos ~~~
Seremos peregrinos. Seremos o caminho. Seremos os passos que dermos. Seremos as pedras, as flores, os abismos, os versos, as canções...
ResponderEliminarGostei deste teu poema, Odete.
Um beijo.
Bom dia, havemos de ser peregrinos ou somos diariamente? Peregrino eu sou para encontrar o muito que ainda me falta.
ResponderEliminarGostei de ler o belo poema, feliz semana,
AG
Somos todos peregrinos, mesmo que disso não tenhamos consciência.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Peregrinos sem um norte, sem horizontes, apenas vagando erroneamente sobre a terra! Nau sem rumo, é como nos sentimos, hoje, em nossa pátria querida!
ResponderEliminarBeijos!
Creo que el poema se resume muy bien en estos versos ya que yo no puedo expresarme en portugués:
ResponderEliminarHavemos de ser fumo, fogo e fósforo.
A luz que nos lateja nas têmporas,
a água que nos mata as sedes.
Havemos de ser o espaço e o tempo.
Num sobrevoo redondo.
A rasgar caminho.
Gracias por compartirlo y por su amable comentario en mi blog. Saludos muy afectuosos y cordiales. Franziska
Havemos de ser peregrinos quando percorrermos o caminho que falta no tempo por lavrar e nas alegrias que sobrevoam o nosso rosto cansado de esperar . Só não cansa ler- te , Odete !
ResponderEliminarAbraço !🙅
Vamos a rasgar caminhos
ResponderEliminarPorque somente o futuro
É agora, enquanto eu duro.
O ontem são os desalinhos
Na trajetória. E os ninhos
Devem estar atrás do muro
De um passado obscuro.
Já adultos passarinhos,
Sabemos voar sozinhos
Sem desprezar os vizinhos,
Mas autônomos cidadãos
Ciente de rosa e espinhos.
Ergamos os nossos vinhos
E brindemos dias vãos!
Belíssimo poema o seu, querida amiga Odete! Parabéns! Gosto demais deste espaço. Poesia é encanto que canta o canto que gosto. Grande abraço. Laerte.
Querida Odete
ResponderEliminarÉ a nossa sina, aqui tão bem plasmada em versos de sonho. O passado e o futuro num encontro memorável, seguindo por caminhos percorridos e por percorrer. E quando somos fumo, fogo e fósforo aí sabemos que a luz terá de vir de nós, acendendo archotes e com eles alumiaremos o mundo.
Beijinhos.
Olinda
Um excelente poema minha amiga de que gostei bastante e andamos todos a peregrinar pelos caminhos desta vida.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Este povo tem vocação de peregrinar...
ResponderEliminarJá o dizia Fernão Mendes Pinto.
Mais um excelente poema, gostei imenso.
Bom fim de semana, amiga Odete.
Beijo.
Peregrinos? De certa forma já o somos, mas ainda não sabemos. Falta-nos, para aquietar as angústias, ousar ser, ousar fazer. Um passo de gigante, reconheço.
ResponderEliminarUm beijinho, Odete :)
São as andanças dos peregrinos, cada um colhendo o que planta, andando, descobrindo, ferindo, solidarizando-se, amando, odiando...e refletindo.
ResponderEliminarSomos todos responsáveis pelo que vamos colhendo ao longo do caminho.
Beijo, querida Odete.
Boa noite, Odete.
ResponderEliminarSomos peregrinos,de fato.
Andamos por aí pensando o que nos diferencia do estático, talvez nossas atitudes.
Tantos rumos a seguir e quase nenhum delea encontrar firmeza.
Contudo,a vida é cíclica, por essa razão, somos peregrinos na essência Universal.
Parabéns,amiga.
Beijos na alma.
Continuação de boa semana,
ResponderEliminarAG
Odete , peregrinamos todos pela vida , não é ? Lindo seu poema . Obrigada por partilhá-lo . Aproveito para lhe agradecer as generosas palavras deixadas no meu espaço . Beijos , amiga .
ResponderEliminarHaveremos
ResponderEliminarPois então, haveremos de ser peregrinos
Quando mais nada no mundo nos estimule
Quando tenhamos perdido asas de meninos
E nossa mente por caminhos deambule.
Peregrinos, por simples e íntimo desejo
Vamos então contornando a pedra maciça
A qual, lisa e cheia, nos aponta o ensejo
De trilhar o caminho onde vontade viça
Quando nosso horizonte seja indiviso
Neste tal universo inconsútil e ocluso
Talvez alcancemos indiscreto um paraíso
Contudo, nunca serei libertino obtuso
Desses tais mascarados com falso riso
Havemos de fazer do fogo um bom uso.
De certa forma, já o somos... cada um do seu modo.... escolhendo o nosso melhor percurso, que cada um conseguirá descortinar por entre as complexidades e exigências da vida... testando a nossa fé...
ResponderEliminarComo sempre, mais um excelente, e inspirado trabalho poético!...
Beijinho!
Ana