Se a vida fosse sempre assim
Tal como as estações do ano
Que alternam só porque sim
Que seria do ser humano?
Que sentido teriam os gestos
Que decidimos pousar
Neste ou naquele outro
Agora ou noutro lugar
Em rostos angustiados
Que queremos apaziguar.
Como olhar as estrelas
Que tomamos como guias
Brilham sempre, mas vemos nelas
O horóscopo quotidiano
Dando rumo às nossas vidas.
Que faríamos dos sonhos
Que sonhamos acordados
Enquanto vagueamos
Por ruas e caminhos
Juntos, mas desencontrados.
Como pensar o mundo
Estilhaçado de interesses
Se não estivesse presente
Dar a mão a tanta gente.
Que interesse teria a ciência
E demais sapiência
Cabimentada em teorias
Como se fossem alegorias
De tantos seres em agonia.
Como pensar o universo
Que queremos entender
Perseguimos o Santo Graal
E a essência do ser humano
Tudo pela paz universal.
Sim. Que seria do ser humano?
Corpo errante
Carnaval em folia
De alma vazia.
OF 19-03-2010
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