- Pode-se amar em silêncio?
- Pode.
- Pode-se amar com silêncios?.
- Não, não pode…
É esse o drama. Na primeira pergunta pode estar contido o amor unilateral, o amor platónico, idealizado como era cantado pelos trovadores. Sonha-se é-se quase feliz…
Na segunda, está (ou estará) uma relação bilateral, um todo, mas uma das partes fica só com um amor de indiferenças, de silêncios.
É sofredor, é desmoronamento.é vazio, é desespero. É perda…É luto. E cada qual vive este luto de maneira diferente. Depende da sua estrutura psicológica e de apoios de retaguarda.
Ultrapassá-lo, passar a uma fase seguinte só quando se (re)ganhar a essência do seu eu. E com doses elevadíssimas de auto-estima. E sim, com novos amores, sobretudo o maior: o amor-próprio, o amor pela vida. E esta tem tanto para dar. Pode ser um cliché, mas viajar para fora de nós e viajar efectivamente é uma possibilidade. É que viajar é descobrir e só se descobre verdadeiramente no contacto com o real, mesmo que se tenha que apalpar as flores de um qualquer jardim público ou acariciar um rosto que nos inspira tanta ternura…
Odete Ferreira 30-07-2011
Estamos, uma vez mais, de acordo, Odete....
ResponderEliminarOlá, Carlos: um texto transversal a várias situações...
ResponderEliminarObg pela visita :)
Transversal, de facto.
ResponderEliminarQuem me dera poder estar num patamar assim...tão lúcido.
Mexeu comigo este texto.
bji, querida.
Tao bem descrito..esta amalgama de sentires..é certamente o amor proprio,o amor à vida que nos salva,mas também a força de olhar em frente e para dentro de nós!!!
ResponderEliminarAmores novos muitas vezes nao pre(enchem) o perdido,seja qual for o amor ...a alma,o coraçao e até o corpo necessitam ,espaço-tempo..esse luto quase sempre é de prescriçao médica..
Amei minha querida!!!beijo
"- Pode-se amar com silêncios?.
ResponderEliminar- Não, não pode…"
Há silêncios de mil palavras e outros de coisa nenhuma.
Há silêncios que doem demais!
Há palavras que têm que ser oferecidas, ditas!
Xi <3 Odete.
Nina: bem sei e também sabes que nem sempre posto na altura em que escrevo os textos...
ResponderEliminarEsse patamar a que aludes vem sobretudo de uma aprendizagem no terreno da vida (Penso, logo existo, uma teoria de uma escola filosófica, no entanto há outras vertentes.).
E já reparaste, como tudo pode mudar em escassos minutos?
Bjuzz de luz, linda :)
Obg por teres gostado, Inês...
ResponderEliminarDe facto, ninguém substitui ninguém, sobretudo quando esse alguém nos "desintegra", em dado momento.
A referência ao "viajar para fora de nós" tem o sentido que acrescentaste, seguir em frente, mas antes houve demasiadas viagens "dentro de nós", muito recalcamento, no sentido de matutar...
Finalizo, felicitando-te uma vez mais, pela tua visão profunda da vida...
Bjuzz, minha amiga :)
Amiga Teresa: os silêncios de mil palavras, não são silêncios porque está lá o olhar...
ResponderEliminarEstes silêncios de que falo, são, objectivamente, SILÊNCIOS, premeditados ou não. Mas como saber se não nos é dito???
Obg pela tua presença e olhar doce...
Bjuzz :)