Há
neste outono algo que me ilumina.
A
cegueira dos incautos.
A
luz dos esperançados.
Há
neste outono uma noite que se tarda no dia.
Ainda
não te sinto.
Os
verdes são primavera.
Os
amarelos são verão.
Os
negros focos de escuridão.
Incêndios
que morreram na tua mão.
Onde
morarão as telas outonais,
os
vestidos que vestem a estação,
as
brisas que acolhem teus ais,
as
manhãs que nascem tímidas
e
as noites precoces de solidão?
Ainda
não te pertenço.
Ainda
me quero viva.
Ainda
não adormeço.
Mesmo
que o sol pardacento
me
convide a um estar sonolento.
(Há
neste outono um luto diferente…)
OF - 25-09-2013
(Hoje já choveu...O outono parece que se anunciou. Mas não aquele de que gosto...)
Querida Rosa, já li e comentei noutro espaço. Adorei e não fiquei surpreendida com as suas respostas. Como a leio, a entrevista plasma o seu natural sentir de alma poética...
ResponderEliminarBJO, também com carinho :)
Por aqui iniciou-se uma primavera das mais estranhas...dias de muito sol, mais parecendo verão, outros nebulosos com pancadas de chuva de um inverno que não tivemos...enfim, são as estações, ultimamente, indefinidas!
ResponderEliminarBeijuuss Odete
Olha, Rê, neste poema há algumas referências que não só de tempo atmosférico. Era altura de eleições autárquicas por isso havia algo nas entrelinhas (grave crise social, muitos incêndios, enfim, mais luto do que vida...).
EliminarBjuzz, querida :)