quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Vai chuva, leva a tua música

Chove, não chove.
Intercalada,
como a estação.
Chega a chuva.
Num estremecimento,
intumescida,
a terra suga-a
em emoção.
Aplanada
ou lavrada.
Início de fecundação.
Perfumada
do cheiro exalado,
engalanada
de cores e sabores
abre seu ventre
à semente.
Orgásticos momentos,
comunhão
de um sentir enamorado
sémem em rego depositado.

Seco meus dedos molhados
na pele que me reveste.
Fito o azulado celeste
que me despiu e lavou…

Vai chuva, leva a tua música
derramada
em pauta de murmúrios
e rejuvenesce
a face tisnada
dos leitos já secos de longo estio.

OF  - 02-10-2013
Foto – Autor desconhecido

(Ocupada em deveres cívicos, tenho estado ausente dos blogues. Em breve, lá estarei...)

6 comentários:

  1. A chuva é uma linda canção que molha as poesias de divina comoção! abraços

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    1. Concordo, Ives.
      Obg pela presença e comentário.

      Bjo :)

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  2. A chuva tem música que nos envolve em pensamentos,

    tem cheiro que nos leva profundamente

    e agora vestida pela tua bela poesia, amiga!

    Beijinho.

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    1. Sempre uma simpatia, querida Suzete.

      Ultimamente tem chovido bastante; na altura ainda vinha tímida.

      Bjo, querida :)

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  3. As tuas palavras são gotas de chuva poética;
    poesia fecunda, diria eu.
    Que bem te sabes despir!

    Bjuzz :)

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    1. Sorri, Teresa. Nunca experimentei a sensação de andar à chuva desnuda. :) :) Vale a poesia :)

      Bjuzz, amiga :)

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