Obra de Selene Salvi
Não sabes o momento em que te deixaram sem rumo
mas sentiste os operários erguerem o muro.
Vendados não distinguias os rostos.
Só gritos te feriam os ouvidos.
E ficaste surda, enraivecida, desprotegida.
Andaste de pouso em pouso
como se fosses terra em pousio.
E que fazias tu no intervalo do desvio do caminho?
Apareciam umas pessoas com ar maternal
querendo saber do teu sentir.
Antes já sabias as respostas
convenientes, que queriam ouvir.
Licenciavas o sonho nesses momentos.
E vias a casa de bonecas que te sorria
onde morava uma família.
Sabias que eram pessoas de rosto descoberto.
Vias-lhes os olhos enternecidos
e tu morando no seu abraço.
Era assim que desculpavas o teu abandono.
Foi assim que suportaste o silêncio.
É assim que convives agora na casa emprestada
com os meninos e meninas de memórias deserdada.
Adormecias cansada do escuro da noite.
Mas na claridade da madrugada murmuravas:
um dia terei uma casa sempre iluminada.
OF – 29-01-15
(Poema integrado neste evento)
(Poema integrado neste evento)
Será que ela sendo casa alguma coisa irá mudar em sua vida?
ResponderEliminarEmbora agente saiba que o amor é como uma construção diária...
Desejo que ela possa se encontrar e sejas feliz apesar de tudo e que ela consiga realizar o seu sonho de ter uma casa iluminada ou quem sabe um marido iluminado?
Bjsss
Bom dia,
ResponderEliminarse a esperança está em possuir uma casa iluminada, que ela
seja o bálsamo para a alma, que a casa seja dentro do seu coração com muitas portas e janelas.Que a casa que te pertence no infinito lhe traga a paz e a alegria de viver. Belíssimo o seu poema. Apto para várias interpretações. Abraços!
Excelente se for uma casa cheia de relâmpagos e outras luminosidades
ResponderEliminarUm poema comovente, Odete.
ResponderEliminarA casa como o lugar tão básico, no entanto, ainda tantas crianças existem sem saber o que isso é...apenas imaginando como poderá ser viver numa casa própria iluminada. Num verdadeiro lar. Até lá, encontra-se a resiliência através de casas de brincar, e dos afectos possíveis.
Um poema excelente!
xx
Sonho de ter casa, ser casa, ou lar.
ResponderEliminarDizem que é diferente.
Eu vivo numa em desconstrução, sinto-me perdida., confusa, triste, só.
A casa está bem dentro de nós e na minha moram as trevas.
Beijinhos
Um belo poema. Cheia de uma verdade que comove e entristece simultaneamente...
ResponderEliminarBeijo.
Leio seu poema como pincelo o quadro de luzes! abraços
ResponderEliminarUma bela nostagia que toca
ResponderEliminarE versos muito bons, como por ex
Não sabes o momento em que te deixaram sem rumo
mas sentiste os operários erguerem o muro.
Vendados não distinguias os rostos.
Só gritos te feriam os ouvidos.
E ficaste surda, enraivecida, desprotegida.
Bjos
Uma belíssima poesia minha amiga cada verso um pensamento
ResponderEliminarde alegria e tristeza também..
Amada perdoe se estou ausente farei tudo para
continuar te visitando.
Aprendi a amar vc desde o dia em que votou em min sem ao menos me conhecer.
Que Jesus te abençoe poderosamente .
Beijos..Evanir.
Oi, Odete!
ResponderEliminarUma lacuna que dificilmente será preenchida, mas a esperança deve ser companheira das crianças que são abandonadas ou que por algum azar estejam em lugares em que não lhe são ofertado carinho.
Que bela ação participa!!
Que seja muito feliz e que alegre muitos coraçõezinhos!!
Beijus,
Este teu poema, tão lindo!, provocou-me uma série de sentimentos difíceis de descrever.
ResponderEliminarEntre tristeza, amargura, misturadas com vontade de ninar, acarinhar… abraçar todas as crianças desprotegidas… não sei explicar.
Só sei que “mexeu comigo”. Aliás, a maior parte das vezes, a tua poesia tem esse efeito em mim. Deixa-me uma espécie de nó na garganta…
Gostei!
E também gostei do teu comentário no «DEUSA».
Sabes, p’ra mim não foi muito importante (nem muito nem pouco…) a publicação ter desaparecido, no Face. Apenas me irrita não saber os porquês das coisas.
“Essas” redes sociais para mim valem o que valem -:)))
Que continues a ter dias muito felizes te desejo.
Um beijo
MIGUEL / ÉS A MINHA DEUSA
Tantas pessoas "com ar maternal" e ela ainda no "abandono"...
ResponderEliminar?
E pensar que este não é um poema apenas, mas um relato da realidade de desamor e insegurança em que vivem tantas criaturas que vieram parar a este mundo completamente aos trambolhões.
bj amg
Olá Odete; excelente poema....
ResponderEliminarCumprimentos
Mais que ter uma casa, é vital ter um lar.
ResponderEliminarInfelizmente nesta aldeia global onde estamos integrados, há milhões, que não vivem sobrevivem, ou vegetam.
Quantos gostariam de ter nem que fosse um abrigo um cobertor e uma refeição.
É duro não é?
Mas é a verdade nua e crua!
Mas até mesmo que o sonho seja muitas vezes um falso alimento para a alma, é aceitável, sonhar com o conforto de uma casa.
http://diogo-mar.blogspot.com/
http://rasgarosilencio.blogspot.pt/
Casa, é o nosso sítio, castelo ou refúgio; é quase a mãe inumana, mas material. Dali partem e voltam todas as memórias.
ResponderEliminarUm Poema significativo e de valor.
Parabéns, Odete.
Beijos
SOL
Um poema belo, tocante e comovente, amiga!
ResponderEliminarCom a tua excelência e sensibilidade expressa o grito daqueles
que um dia serão casa luminosa, com a dignidade de
direitos iguais e amplos.
Nenhuma criança deveria ser desprovida de sonhos e esperanças.
Nenhuma criança deveria ter a casa vazia...
Bjos.
Estava saudosa de vir aqui...
Um dos teus mais belos e tocantes textos, minha amiga !
ResponderEliminarPrincipalmente para mim, que conheço essa realidade bem de perto---
Abraço apertado, Odete !
Hum tia essa poesia é muito complicada pra minha cabecinha, mas percebo que ela mexeu com os seguidores e isso é bom!Vim agradecer a vc as suas visitas, e fiquei feliz que roubo um sorriso seu quando vc ler os meus relatos, é que sorrio muito e deve ser por isso. E devido ao seu comentário fiz um texto pra vc, quer dizer pra vc e outra tia, a Vall nunes. Vc a conhece? Não?`Pois deveria, ela tbm é muito boazinha, assim como vc.Tia vou te aguardar lá hein!
ResponderEliminarBjss e fica com Deus!
Ter uma casa, a par da alimentação, saúde e educação, é uma necessidade básica de qualquer ser humano.
ResponderEliminarFizeste um excelente poema, como sempre. Um poema que toca qualquer pessoa consciente, mas é assunto que parece não ter grande impacto nos governantes deste e de outros países.
Tem uma boa semana, querida amiga Odete.
Beijo.
OI ODETE!
ResponderEliminarQUE BELEZA DE TEXTO NO QUAL, TRANSFORMASTE O FEIO E O TRISTE, COMO O É O ABANDONO EM ALGO LINDO E TOCANTE.
PARABÉNS AMIGA
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Um belo poema.
ResponderEliminarUma boa semana.
Uma problemática que sempre me tocou...
ResponderEliminarUm poema que brotou como torrente que lava as lágrimas da alma.
Muito grata a quem por aqui passou e que, tocada, deixou o seu sentir.
Bjo, amig@s
O aconchego e a luz, o sorriso num rosto descoberto, um porto seguro... um dia.
ResponderEliminarBeijos.
Odete , o poema comove e nos convida à reflexão . Quanta sensibilidade , amiga ! Agradeço muitíssimo a generosa partilha . Beijos
ResponderEliminarQue belo! Impossível não nos emocionarmos com seus versos. O abandono dói e desenha cicatrizes. Mas também faz nascerem os sonhos, que gostaria fossem realizados por todos que aspiram por uma casa sempre iluminada. Grande beijo!
ResponderEliminarO título do poema remete-nos ao lugar dos afetos e à ausência deles.
ResponderEliminarNo verso surge uma realidade ignóbil que diz respeito a crianças desprotegidas e sem lugar para ficar. Sabemos como o mundo é cruel e injusto e nunca é demais trazermos à ribalta os problemas que nos afligem. A mudança é muito urgente!
Muito bom, Odete.
Eu estive contigo nessa noite e já me tinha emocionado.
Abraço enorme de parabéns.
Quando a poesia do silêncio se torna insuportável. Fui ali fora apanhar uma lufada de ar frio, esqueci-me da gripe, não consegui esquecer-me da forma escrita deste poema, voltei para te deixar o meu comentário. Gostava de saber suportar o silêncio.
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