Pode questionar-se sobre a relevância de escrever sobre a Feira do
Livro deste ano. Já houve outras mas não me senti comprometida, no
sentido que o termo francês engagée
transmite. Como sou de questionamentos, tento sempre ir à raiz das minhas
atitudes – se bem que, com alguma frequência, escreva sobre eventos da minha
cidade. Mas, este ano, sopram-me ventos de novas. Há uma conjuntura que me
esperança e a vontade de perpetuar o meu sentir perante esta (nova)
circunstância. E espraiar-me-ia, como o meu rio tornado lago, nestes
considerandos. Recentremo-nos e concentremo-nos no que ao aqui vim. A semana da
Feira decorreu com outros momentos significativos, acompanhados sempre com um apontamento
musical pela nossa Esproarte, marcando presença na apresentação das obras de
Elísio Estanque (A classe média:ascensão e declínio, ensaio, 30-05) e de Maria Gabriela
de Sá (Eu e os meus ilustres convidados, 31-05); também, na apresentação dos
cinco melhores projetos “Escola Empreendedora” e respetiva entrega de prémios,
aos três primeiros classificados (31-05). Gostei, particularmente, do projeto de
um jovem músico da Esproarte, apaixonado pela gaita de foles, no qual propunha
levar a sua aprendizagem aos mais recônditos lugares.
Ponto alto voltou a ser sexta-feia, dia 3 de junho, pelas 17:30. Telmo Verdelho e Jorge Golias apresentaram o 3.º volume do Padre Ernesto Sales, “Gentes
de Mirandela”, uma obra que, em conjunto com os volumes anteriores, engrandece
Mirandela e nos dá conta de apontamentos históricos de um valor incalculável. Deliciei-me
com aspetos da vida das três pessoas escolhidas para apresentar e relevar a
importância da obra; apenas cito o médico Francisco da Fonseca Henriques, conhecido
por Dr. Mirandela, ( http://www.cm-mirandela.pt/index.php?oid=2759&id= ) por
economia da narrativa. Ficou a promessa (há muito reclamada) do presidente da
autarquia na reedição de toda a obra do Padre Sales.
Aguardava, com expectativa, o TuaEscrita. E não me defraudau.
Ernesto Rodrigues, responsável pelo evento, nascido em Torre D. Chama
(atualmente vila), do concelho de Mirandela, é um nome de vulto no panorama
literário. Confesso que estranhei o tema para este encontro literário
(Violência: pão nosso de cada dia?). Sinal de que, apesar de precavida, sou
levada a juízos redutores e, de certo modo, arrogantes pela escassez de tempo
que, por vezes, concedo ao que leio.
Na verdade, é-me de todo impossível dar conta da riqueza de
pensamento de tão elevado painel, traduzido em algumas das suas obras
publicadas, onde, afinal, a temática está presente, sob prismas extremamente
curiosos e diversificados, pois também o é o perfil e a área de cada dos
elementos do painel. (ver cartaz do TuaEscrita). Confesso que gostaria de rever
as intervenções dos oradores, mas penso que delas não terá sido feito um registo; é pena,
pois perdeu-se a possibilidade de replicação e até o seu uso pedagógico, junto
de diversos públicos.
Enriqueci-me, não só pelo que ouvi mas também pela oportunidade de
tertuliar com pessoas que viajaram até à Princesa do Tua, deslocando-se, alguns
deles, da capital para estar de corpo e alma com a, também sua, gente transmontana. Desta vez, não fui eu que me desloquei para estar presente em
eventos literários.
Que a próxima Feira do Livro, evento dentro de muitos outros eventos, iguale ou supere a qualidade desta!
Que a próxima Feira do Livro, evento dentro de muitos outros eventos, iguale ou supere a qualidade desta!
Odete Ferreira – 05-06-16
Nota: as fotos seguem a ordem dos momentos referenciados na narrativa.
(José Mário Leite, Telmo Verdelho, Teresa Martins Marques, Ernesto Rodrigues, António Branco, presidente da autarquia, José Manuel Pavão, presidente da assembleia municipal, Jorge Golias)
(A propósito da gaita de foles, desafio-vos a descobrir a raiz céltica em Trás-os-Montes, nas suas festas pagãs e na música.)
Foram dias em cheio. E a amiga estava muito bonita.
ResponderEliminarUm abraço
Porque nem todas as feiras correm da mesma forma, uma alegria quando pelo menos algumas coisas se portam bem
ResponderEliminarE esse amor pelo torrão que nos adubou , é lindo de se ler !
Parabéns Odete.
Bjis
Uma reportagem entusiasta e vibrante de eventos
ResponderEliminarculturais, em dias gloriosos para Mirandela.
Fico feliz por ti, pela tua cidade e sua gente.
Agradou-me sobremaneira a tua escrita assertiva,
expressional e deliciosamente precisa.
Também gostei muito de ver-te.
Beijinhos, Odete.
~~~~~~~~~~
Bom dia, Odete. Quanta animação e diversidade nesta feira!
ResponderEliminarCertamente uma grandiosidade em cultura.
Imagino que tenha ficado extremamente feliz.
Parabéns a todos.
Estavas linda!
Beijos na alma,amiga.
Tudo de bom.
Uma visita com muito carinho.
ResponderEliminarDesejo de coração um abençoado final de semana,
que a paz esteja no seu coração .
Saúde para você e sua amada família.
Beijos ..Evanir.
Enfeira, de feira em feira,
ResponderEliminarmas não enfeires de qualquer maneira.
Em Mirandela, pelos vistos,
enfeirou-se na certa esteira:
a que toca fundo, que seduz,
dá sentido a uma feira inteira.
Um beijinho, Odete :)
Estás a fazer um excelente trabalho, amiga. Boa reportagem, esta.
ResponderEliminarUm beijo.
Boa tarde Odete,
ResponderEliminarVenho aqui cumprimentá-la pela excelência da sua reportagem. Sobre o tema da violência também eu não gostei dele. Quando me convidaram o tema era sobre a "Violência na Literatura", para mim mais apelativo, mas depois generalizaram. De qualquer forma os dois foram interessantes.
Abraço transmontano,
Jorge Sales Golias
Excelente reportagem, com a tua narrativa
ResponderEliminarenvolvente que nos conduz a este passeio
cultural com teu olhar de poeta, uma leitura
e partilha preciosa, querida Odete!
Bjs.
Relato que engrandece a Terra e as gentes. Prestas um óptimo Serviço a Trás-os-Montes, Odete. Bem hajas.
ResponderEliminarBeijo
SOL
Nem sempre te portas mal! Fica-te bem essa tua prestação cultural.
ResponderEliminarBjs