- Sabes quanto custam as carteiras desta marca?*
- Eu não, eu nem conheço o c…… da marca!
- ???
- Não, eu quando vou às compras, vou direta às lojas x e y. Custam-me
pouco a ganhar 50 euros, quanto mais andar a saber de marcas! Olha, a minha
mochilinha custou 5 euros!
(…)
Gosto destes momentos improváveis: sentada numa esplanada à cata
de conversas banais, mas que são o quotidiano de gente tão comum quanto eu, nas
quais o palavrão adquire estatuto de português vernáculo. E, acreditem, este excerto
da conversa, foi uma leve amostra!
Entretanto, chegam à mesa as francesinhas pedidas; os meus
vizinhos deste espaço social, dois jovens casais e uma linda menina aparentando
2 aninhos, atacaram-nas com visível saudade do seu sabor ou do sabor deste
descontraído convívio. Saudades lusas, certamente! É que, de vez em quando,
soltavam-se algumas palavras do país vizinho…
*Contextualizando:
nas festas da cidade, verifiquei que se vendiam bem as carteiras de “marca” e,
tal como uma das jovens, confesso que também não conheço a maior parte delas.
Mas, em abono da verdade, o gato passava bem pela lebre! Pelo menos a olho nu!
Odete Ferreira - 14-08-16
(O breve relato não tem outra intenção que não o registo de momentos que me deliciam; por isso privilegio, no verão, a ida a uma esplanada "comum" para tomar o meu café de final da manhã; de vez em quando, apanho conversas para todos os gostos. Esta foi bem apimentada!)
Olá, Odete.
ResponderEliminarDão tema para pequenas crónicas ou descompromissadas divagações.
bj amg
Também gosto desses "momentos improváveis", Odete. O olhar atento aos outros. Não só às palavras, mas às atitudes. E para o bem ou para o mal é sempre extraordinariamente interessante. Gostei da reflexão...
ResponderEliminarUm beijo.
saudade de uma francesinha, carago! - e dessa "pronúncia do norte"...
ResponderEliminarum gosto grande em ler-te
em qualquer registo.
beijo
Sentei na tua mesa para este café neste momento improvável,
ResponderEliminaras palavras de uma excelente escritora nos coloca
dentro do cenário-vida!...
Sempre um momento especial aqui em viajar
na tua encantadora literatura.
Beijo, querida!
Os momentos improváveis podem ser deliciosos, sim
ResponderEliminarBeijinhos, amiga
Se estivermos atentos, ouvem-se coisas interessantes numa esplanada...
ResponderEliminarOdete, tem um bom resto de semana.
Beijo.
Também gosto desses momentos improváveis. Infelizmente agora só vou ao café quando o rei faz anos... O café em casa sai-me muito mais barato, mas perde esse encanto.
ResponderEliminarUm abraço
O registo perfeito e bem humorado de um momento
ResponderEliminarde carisma deliciosamente luso, com o tempero
quente da nossa formidável 'Invicta'...
Grata por estes excelentes momentos de leitura. Muito prováveis...
Beijinho sorridente, Odete.
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O mundo, à nossa volta, tem uma eterna capacidade de nos surpreender, por maior que seja o cepticismo.
ResponderEliminarBela crónica, Odete!
Um beijinho :)
Boa tarde, no desfrutar do prazer de uma esplanada inesperado também pode acontecer, julgo que as conversas serem ou não banais é relativo, para mim as conversas banais são aqueles debates na televisão ou na radio que a maioria dos ouvinte não perceberam nada do que falado, foi banal falar só para eles e não para o ouvinte.
ResponderEliminarBom fim de semana,
AG
Bom dia, Odete
ResponderEliminarEu também gosto muito de prestar atenção ao que me rodeia.
Nos transportes públicos e em outras situações como
filas, aprecio a vida que ali se desenrola e vou aprendendo
com isso.
Obrigada.
Bj
Olinda
Retorno para salientar a irrelevância de certas marcas na qualidade do nosso viver. Mas, e todos sabemos o porquê, as ervas daninhas encontram "saudável" pousio em qualquer lugar. Exige-se, cada vez mais, a sabedoria necessária.
ResponderEliminarUm beijinho :)
Gostei desta observação e deste momento improvável que se tornou o contrário.
ResponderEliminarVim através da mão de Majo.
Gostei muito da tela do post seguinte.
Foi um prazer visitá-la.
Boa semana!:))
Boa tarde, Odete, sabe que pareceu-me estar por perto e também ouvi a conversa, você realmente captou bem um momento que seria apenas, algo sem valor, mas com sua maestria o colocou no centro da Literatura. Abraço!
ResponderEliminarHoje , se estivesse mais "provável", leria tudo o não pude ler.
ResponderEliminarHá momentos de "faits divers" que valem quantas carteiras, Odete!
Bem apanhado esse teu olhar perspicaz!
Abraço!
Os olhos foram criados para ver, os ouvidos para escutar e a personalidade é única... a observar.
ResponderEliminarNão ajuízo dos preços da carteira, da mochila, mas das "coisas" que se dizem sem sentido provável.
Pertinente o teu texto.
Parabéns.
Beijo
SOL