Obra de Christian Schloe
Ainda
agora era frémito
e os
contornos das coisas
possuíam-me
por inteiro.
Tinha
cor o beijo roubado,
de
mansinho,
Tinha
cheiro o gesto atrevido,
de
pertinho.
E o
frémito era arrepio.
Eram
longos os momentos de presença,
vivazes
as sombras de ausência.
No
olhar, tudo a ser
a
ficar, a de-morar
em mim.
E no
banco do jardim,
pela
tardinha.
Não
fugia o tempo, nem o espaço.
Nem as
coisas, nem as gentes.
Nem as
encostas, nem as correntes.
Placidamente,
acontecia,
entre
frémitos de ousadia.
Quando,
pela noitinha, dos contornos das coisas,
nada
souber dizer,
sei,
morreu-me o frémito. De saudade.
OF (Odete Ferreira) – 01-02-17
Um poema muito bonito. D saudade, do que fomos e vivemos se compõe parte da nossa existência.
ResponderEliminarConseguiu resolver o problema?
Um abraço
A nossa vida é composta por várias etapas e há que saber viver com elas.
ResponderEliminarMagnifico poema, gostei bastante.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar || Dedais de Francisco e Idalisa || Livros-Autografados
Gostei bastante do quadro escolhido para ilustrar o poema.
EliminarEram longos os momentos de presença,
ResponderEliminarvivazes as sombras de ausência.
Carregamos ano após anos, felizes saudades, ainda bem que persistem na lembrança.
Beijo, amiga, bons dias!
frémito(s) a vibrar (ainda).
ResponderEliminartoada de uma música íntima, como murmúrio de nascentes
que não se podem calar.
belo e suave, com um gostinho agridoce.
gostei muito, Odete
beijo, minha amiga
Boa tarde, ter saudades é bom, é sinonimo que não se é vazio de sentimentos, o passado contribuiu para o crescimento num todo, o poema é belo e a pintura também.
ResponderEliminarAG
Inesquecíveis são os frémitos de emoção avassaladora,
ResponderEliminaremoções intensas e perenemente gravadas nos sentires
mais íntimos e profundos...
Belíssimo poema, Odete, sobre um tema no qual todos
nos identificamos.
Dias felizes, querida amiga.
Terno abraço.
~~~~~~~
Por vezes, a saudade faz que não vivamos as emoções com a intensidade habitual. Mas o arrepio sempre volta... é uma questão de tempo...
ResponderEliminarExcelente poema. Como sempre, aliás. Também gostei da imagem usada.
Bom fim de semana, amiga Odete.
Beijo.
O que fomos, o que fizemos, o que ficou por fazer...
ResponderEliminarAssim é a vida, Odete. Mas, permite-me, não há ainda tanto por fazer, para lá daquilo que foi? Eu sei que tu sabes, a vida não escarnece de ti.
(Como vai o Ivo?)
Um beijinho :)
Poema belíssimo, o corpo das palavras que viajam em sentires, desejos e
ResponderEliminarnum romântico clima de gestos, numa entrega ousada na delicadeza
poética, que se inscreve no corpo e na alma...
Uma inspiração única (a tua) que harmonizou com a beleza da
imagem escolhida.
Apreciei muito!!
Bjos, querida.
Lindíssimo este teu poema, Odete. Penso que nos sentimos descritos através das tuas palavras. O frémito, ainda que continue a existir, já é outro. É como diz o Poeta:
ResponderEliminarMudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades. (...)
E, é verdade, as coisas vão mudando e tomando novas qualidades. Por vezes, temos saudades, vemos as diferenças que não nos agradam, mas depois também vemos que aparecem outras que nos compensam da intensidade (do frémito) perdida.
Desejo-te um bom fim de semana, minha amiga. Olha, segui o caminho para vir ao teu blogue sem grandes desvios e funcionou. Obrigada.
Beijinhos
Olinda
Odete , um poema belíssimo . Obrigada por partilhá-lo . Quanto ao caminho até seu blog , não tenho encontrado dificuldade pois clico no link dele . Bom domingo e lembranças carinhosas ao Ivo . Beijos , amiga .
ResponderEliminarO contorno das coisas a possuir-te por inteiro e as emoções a estremecerem nos sentidos... Magnífico poema, Odete, onde é quase íntima cada palavra que escreves. Parabéns.
ResponderEliminarUma boa semana.
Beijo.
OI ODETE!
ResponderEliminarCONSEGUI CHEGAR AQUI SEM PROBLEMAS, PARTINDO DE TEU COMENTÁRIO LÁ NO SÓ PRA DIZER.
UM DEVANEIO LINDO DE SENTIMENTOS QUE JÁ FORAM TEUS E QUE AGORA PERTENCEM A SAUDADE.
LINDO AMIGA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Continuação de feliz semana,
ResponderEliminarAG
Grato estou pelos comentários gentilmente expressos no meu Mundo.
ResponderEliminar"Agora ainda o frémito"...
Eu sentado na estação ou eu (ainda) no comboio das emoções que rola imparável nos carris da vida. Numa situação ou noutra, a poesia da Odete cumpre o frémito que nos atravessa tumultuosa ou serenamente, humanos que somos.
Uma poesia delicada, feita do sentir duma alma que vibra no carril da vida.
Senti e gostei.
Bj.
Morreu o frémito... mas vai renascer, de certeza!
ResponderEliminarUm poema muito belo, intimista, duma tão grande leveza que quase não se sente...mas faz mossa...
A imagem é linda. Gosto muito das imagens de Christian Schloe. Tem algumas fabulosas!
Grata pelas tuas palavras de carinho no Aniversário do meu blog.
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Boa noite!
ResponderEliminarGostei do seu muito bem concebido poema.
Bjjjsss!
Belo poema...Espectacular....
ResponderEliminarCumprimentos