segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Impressões retidas na objectiva de olhares perscrutadores


Título longo. As normas reprová-lo-iam. Mas adoro estas niquices e como sou freelancer no meu blogue, posso fazer as minhas próprias regras. O comum é vulgar e desafiar a mente é um óptimo exercício para prevenir (?) as temíveis doenças do esquecimento. São o meu pavor! Não ter poder de decisão…
Mas deixemos estas questões de índole mais ética. Acredito que dentro de poucos anos poderemos decidir que qualidade de vida desejamos. Quem sabe se não poderá ser um motivo para outra reflexão?
Regressada de um curto período de férias em Palma de Maiorca, Arenal, e não pretendendo “tuitar” no blogue, sempre que faço uma viagem um pouco diferente, tento transcrever um pouco do que senti, cabendo nestas impressões o que se vive, o que se pensa, o que a mente cozinhou e deixou em banho-maria.
 
Involuntariamente fazem-se comparações Exercício a abominar porque pouco criativo. Assim, nesta linha, a objectiva dos meus olhares, percepcionou o real, zona mediterrânica, mas ficou entristecida com a ausência de verdes pujantes; ficaram mais baços e acastanhados, meus olhos, tal como as palmeiras que captei.
Tempo muito quente, mar de águas cálidas, areia onde cabem todos os sonhos…
Edifícios, altura razoável, hotéis, bares, movida nocturna, néons a ofuscar, poluição visual. Parece Carnaval…
Dei por mim, no trajecto hotel-praia e vice-versa a convergir os olhares em casas mais térreas que me evocavam o nosso Alentejo. Portadas entre-abertas, mobiliário de veraneante. Talvez. E os residentes, que diriam desta azáfama? Que olhares captariam dos turistas? Novamente a mente me traiu e veio-me à memória a reportagem que li sobre as ilhas do nosso Algarve. Numa delas, só havia um residente. Esse era o resistente e único habitante digno desse nome. Todos os outros partiam.. E era feliz!
Valeram-me os verdes hospitaleiros do complexo hoteleiro. Os pinheiros, fabulosos,os relvados, cuidados, as flores vivazes.
Talvez volte. Para outra zona, com toda a certeza. Os azuis, sonham-se, os verdes acalmam…
Escrevo ainda em Lisboa. Quando chegar a casa, sei que darei conta do crescimento dos arbustos. É um hábito. Ou será porque sinto que também cresci? Parafraseando o título de um grande filme e não menor importante, a sua história e os seus actores, direi “A vida é bela”, mas apetece-me uns laivos de ironia “Nós é que damos cabo dela! “.
Em todo o caso, para o ano espero poder aqui estar a dar conta de outras vivências…

Odete Ferreira - 23-08-2011

6 comentários:

  1. Como eu gostaria de poder dizer o mesmo.
    Vou penar este ano as férias miseráveis que tive (e não me refiro ao local onde estive). Ainda ontem falávamos sobre isso, lembras-te?:(

    Ao menos, com muitos ou poucos verdes, descansaste.:)
    bji, querida.

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  2. Sei, Nina...
    Descansei um pouco o corpo, sim, a mente, impossível, por diversas razões...
    Não referi, mas escrevi alguns poemas. Bons, assim me parecem!
    Bjo. Lembra-te que faltam apenas 3 dias para o trabalho na escola que se prevê trabalhoso...

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  3. Bem sei, querida, mas hoje só poderei sair lá para o fim da tarde. Aquele relatório, lembras-te?
    Enfim. Cada um tem aquilo que merece.:)

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  4. P.S: hei-de querer ler esses poemas naquela esplanada fantástica.:)
    bji

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  5. Acaba lá essa porcaria depressa, não serve para nada... :)

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  6. A vida é bela! Quem vê este filme sobre a época negra do nazismo, jamais o esquece.
    O sofrimento, o despotismo, a ternura, o amor... uma mistura explosiva!
    Gostei também da ideia de seres freelancer, construindo as próprias regras no teu blogue.
    Oxalá os azuis e os verdes auspiciosos não tardem!
    Bjuzz Odete

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