sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mãos


Olho, com espanto,
as minhas mãos.
Reparo nelas…
Pouso-as
separando, delicadamente,
cada um dos dedos…
Como se escancarasse
a porta da rua
ao amigo.

Observo-as…
Acaricio cada dedo.
Não pela pela sua beleza
antes pela sua dureza.
Acompanham-me…
Como são imprescindíveis!
Mas não dei valor…
Acordo de um torpor,
perfeitamente inadmissível.

Via nelas a imperfeição…
A pele irregular,
que oleosos cremes
não podem disfarçar.

Hoje, deslumbro-me
E só vejo perfeição.
Executam os gestos,
que dita o coração.

Com as mãos acaricio
os rostos e as coisas.
Com as mãos partilho,
todo o meu mundo.
São esperança…
São herança
que deixo ao filho.

OF 21-03-2010 
 Foto Carlos Alvarenga

4 comentários:

  1. Vim, apenas, trazer-te um beijinho.:)
    Este poema, como te disse ontem, traz-me lembranças tão especiais que me sinto incapaz de o comentar.:)
    Adoro TU
    jinhos

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  2. Olá, me(Nina)...
    Ainda bem que te são especiais. Ao dizeres isso já foi um comentário e dos bons!!!
    Bjuzz de paz, querida :)

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  3. Um olhar bem curioso sobre algo tão mágico - as nossas mãos!
    Gostei muto amiga!
    Xi coração.

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  4. Olá, amiga Teresa...
    Não o incluí no livro, considerava-o "menor". Quando o divulguei, antes de sair para férias, nos grupos foi muito bem acolhido. Uma amiga pediu-me se o podia oferecer a uma sua amiga professora surda-muda, que ensina Siglas (língua gestual). Imagina o meu deslumbramento face a este escrito, a partir de então...
    Bjuzzz :)

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