Num encontro fortuito com o tempo
(antes que tanto queria dizer)
naquele momento não saiu nada.
Receei que se tornasse inimigo,
ainda mais do que já o sinto.
Ele, coitado, até é bom rapaz,
Culpa minha, não ser capaz
de com ele ter convivência.
Atraiçoaria a minha consciência,
tenho culpa desta quesilência.
Ele é apenas abstracto,
eu um ser concreto
sapiente de racionalidade
mas também de finitude.
Cabe-me marcar um encontro…
Ele é eternidade!
Em diálogo monossilábico,
agarraria a sua ideia.
Seria audaz, pedindo:
dá-me o tempo de que preciso
para deixar em registo
o que esta alma incendeia…
Apenas isto, não aquilo
de que, por vezes, desisto…
Que grande sorriso me proporcionou este rapaz que inventaste!:))
ResponderEliminarOlha lá, meu anjo, por que raios o pobre tempo tem que usar ceroulas e não saiote?:))
O teu sentido de humor, na poesia, deslumbra-me!
(bem sabes que é mais fácil versar a paixão ou o desalento, sem o belíssimo recurso a ironia!)
Toma um xi grande!
Também me proporcionaste um sorriso largo com essa das ceroulas! Então o tempo não é do género masculino, gramaticalmente?!
ResponderEliminarAprecio o fino sentido de humor que caracteriza algumas pessoas argutas. De vez em quando versejo partindo da ironia ou introduzindo-a a meio, sempre naturalmente, terminando com o estado emocional que deveras sinto. No site da minha editora, onde posto essencialmente poesia, já me têm comentado sobre esse aspecto, relevando-o como elemento preponderante no poema :). Depois, releio-o e gosto mais dele...
Obg por apreciares esse aspecto...Gosto que te deleites.
(Ah, estou aberta a convites para escolas...)
Abreijos, Nina :) :)