Olho, com espanto,
as minhas mãos.
Reparo nelas…
Pouso-as
separando, delicadamente,
cada um dos dedos…
Como se escancarasse
a porta da rua
ao amigo.
Observo-as…
Acaricio cada dedo.
Não pela pela sua beleza
antes pela sua dureza.
Acompanham-me…
Como são imprescindíveis!
Mas não dei valor…
Acordo de um torpor,
perfeitamente inadmissível.
Via nelas a imperfeição…
A pele irregular,
que oleosos cremes
não podem disfarçar.
Hoje, deslumbro-me
E só vejo perfeição.
Executam os gestos,
que dita o coração.
Com as mãos acaricio
os rostos e as coisas.
Com as mãos partilho,
todo o meu mundo.
São esperança…
São herança
que deixo ao filho.
OF 21-03-2010
(A foto, enviada pelo amigo oops!!!, que ilustra este poema - não incluído no meu "Em Suspenso" - é mais uma singela homenagem a todos os que delas necessitam para comunicar, através da sua língua gestual; por pressão dessa comunidade e bem, deixou de se dizer linguagem, passando a ter o estatuto de língua.)
Amo este teu poema, bem sabes...e amo algo mais.:)
ResponderEliminarbeijinhos, querida.
Sei...
ResponderEliminarE eu cada vez gosto mais dele, através de outros/as que me foram dando conta do que nele viam.
Bjos e um bom domingo, Nina :)
(Espero que esteja bom tempo por aí.)
Mas que belo opus ensemble...
ResponderEliminar;)
Muito oportuno o teu comentário, refiro-me ao uso do "opus ensemble"...
ResponderEliminarSim, belo, oops!!!
:)