Recordo-te com a nostalgia
de tempos idos,
de medieval encanto,
em castelos de areia
feitos apenas de fantasia…
Sentia-me protegida
com o teu olhar de afago,
tantas vezes dilatado
do líquido avermelhado
que, inimigo, te seduzia…
Olhava-te e calava
a raiva ardendo no peito,
fogo que ateava
com palavras mordazes
produzindo contrário efeito…
Não eras tu,
ser de natural doação
na ajuda ao alheio.
Despojado de teres e haveres,
delapidavas teu nobre coração,
seduzindo a roda de amigos,
rostos abertos em sorrisos.
Vidas pobres em espírito…
A feira não era de vaidades…
Conversas eivadas de vacuidades,
subiam rápido em delírio…
Havia bocas a sustentar,
um futuro a preparar,
família para amar
e longo caminho a desbravar…
Pai de tempos idos
Ausentes mas não esquecidos!
OF 19-03-12
Foto – Carlos Alvarengahttp://www.worldartfriends.com/pt/club/poesia/pai-de-tempos-idos
(Como ainda não tive tempo para escrever sobre as outras atividades literárias, vou postando alguns poemas mais alusivos a datas comemorativas...)
Este pai lembra-me o meu avô...o meu pai que já partiu.
ResponderEliminarbjo, querida
(este poema é sublime. Julgava tê-lo comentado)
Vens sempre a tempo (aliás, sei que lês, os comentários escrevem-se quando se pode...).
ResponderEliminarNum dia em que apenas se devem escrever loas como homenagem, caso do dia do Pai, é hipocrisia esquecer circunstâncias que (quase) eram culturais.
Obg, querida me(Nina)