quarta-feira, 21 de março de 2012

Pai de tempos idos

Pai, poema, poesia!
Recordo-te com a nostalgia
de tempos idos,
de medieval encanto,
em castelos de areia
feitos apenas de fantasia…

Sentia-me protegida
com o teu olhar de afago,
tantas vezes dilatado
do líquido avermelhado
que, inimigo, te seduzia…

Olhava-te e calava
a raiva ardendo no peito,
fogo que ateava
com palavras mordazes
produzindo contrário efeito…

Não eras tu,
ser de natural doação
na ajuda ao alheio.
Despojado de teres e haveres,
delapidavas teu nobre coração,
seduzindo a roda de amigos,
rostos abertos em sorrisos.

Vidas pobres em espírito…
A feira não era de vaidades…
Conversas eivadas de vacuidades,
subiam rápido em delírio…

Havia bocas a sustentar,
um futuro a preparar,
família para amar
e longo caminho a desbravar…

Pai de tempos idos
Ausentes mas não esquecidos!

OF 19-03-12
Foto – Carlos Alvarenga
http://www.worldartfriends.com/pt/club/poesia/pai-de-tempos-idos
(Como ainda não tive tempo para escrever sobre as outras atividades literárias, vou postando alguns poemas mais alusivos a datas comemorativas...)

2 comentários:

  1. Este pai lembra-me o meu avô...o meu pai que já partiu.
    bjo, querida
    (este poema é sublime. Julgava tê-lo comentado)

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  2. Vens sempre a tempo (aliás, sei que lês, os comentários escrevem-se quando se pode...).

    Num dia em que apenas se devem escrever loas como homenagem, caso do dia do Pai, é hipocrisia esquecer circunstâncias que (quase) eram culturais.

    Obg, querida me(Nina)

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