sexta-feira, 4 de maio de 2012

Pobreza (in)visível



Pungente
toda  a significância
que remete a pobreza.
A mais pura rudeza
da condição humana
ligada à sobrevivência.
Dói a sua visibilidade,
marcada
nos rostos escavados,
embaciada
nos olhares ensopados,
cravados,
em chão de terra seca.
Nos cartões vazios
que servem de cama
a sem-abrigos
em vão de escada.

Ausência de identidade,
escravos da sua mendicidade.

São mortos-vivos,
pálido arremesso
do direito consagrado.
Sub-mundo ignorado
do senhor endinheirado.

Impotência
dorida
em alma
empedrada,
repulsada
na obrigatoriedade
de encapotada
solidariedade.

Realidade
que grassa
como erva daninha.
Maldita sociedade
que oferece um nada!
Apenas o desperdício
que descarta como lixo
em bandeja envenenada.

OF 02-05-12
Foto – Autor desconhecido
(Poema escrito para a temática num grupo poético do FB)
http://www.worldartfriends.com/pt/club/poesia/pobreza-invis%C3%ADvel

2 comentários:

  1. É sempre arrepiante esta palavra! Apetece fugir dela, mas tu aceitaste e bem este desafio.

    Muito bom o teu poema.

    Bjuzz.

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  2. Aceito, sim, os desafios; devido à escassez de tempo, é uma forma de me "obrigar" a escrever sob o lema de uma temática. Não é o processo de escrita mais aliciante para mim...

    Obg, querida amiga.

    Bjuzzz :)

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