(Nota:
este texto já foi escrito antes de ter corrigido as provas finais do 2.º ciclo;
contudo, entendo não proceder a alterações por esse facto.)
Provas
finais, vulgo exames nacionais. A tutela da Educação entendeu que eram
necessários já no 2.º ciclo do ensino básico. O 4.º ano ainda fez as
famigeradas provas de aferição; para o ano, já haverá um exame nacional. Têm
finalidades bem diferenciadas. As provas aferidas (que não contavam para termos
de avaliação) serviam, sobretudo, para “avaliar” competências, sendo que por
detrás destas se deduzia como o processo de ensino e de aprendizagem era
ministrado. Havia também que ter dados para estudos internacionais, como o PISA
ou para a OCDE. Ao longo dos tempos, o
campo de estudos dos sistemas educativos e a necessidade de se ser prospetivo
no que num amanhã incerto (e que chega a surpreender os experts na matéria) um
jovem adulto deverá ter na sua matriz de aprendente, a fim de estar preparado a
desafios imprevisíveis, tem levado a comunidade científica e os decisores
políticos a sucessivas experiências (muitos chamar-lhe-ão modas).
Ora,
sendo do senso comum que é preciso tempo e estabilidade para poder avaliar com
grau de fiabilidade resultados, que necessidade haverá de mudar, por vezes quase
radicalmente, o sistema educativo só porque muda o governo, seja este qual for?
Já se falou em traçar um pacto educativo, mas a verdade é que nunca se ousou
tal, talvez porque qualquer quadrante queira deixar a “sua” marca. E o capital
humano que se trabalha? Será eternamente cobaia?
Só
para ilustrar esta reflexão: depois do ensino das línguas estrangeiras ter
passado por “modas”, eis que a metodologia que perdura (e bem) é a seguinte: em
cada domínio, a metodologia – e as estratégias que a suportam – a ser aplicada
é a que se adequa à finalidade traçada, tendo em conta os resultados esperados
em termos do aprendente. Finalmente a língua materna (com um novo programa,
iniciado este ano) começa a ir por este caminho, tendo havido o cuidado da anterior
tutela fazer a necessária formação de professores, durante dois anos.
Se
as realidades sócio-culturais e económicas são diferentes num dado território
educativo por que não iniciar a famosa “discriminação positiva” também na
Educação? Ou será que terei razão quando digo que toda a gente parece saber
muito da matéria, quando na realidade se limita a reproduzir alguns chavões
veiculados por pretensos “opinion makers” ?
É
frequente dizer-se “cada caso é um caso” mas, infelizmente, só se aplica a quem
tem qualquer tipo de poder. Os “sem voz” continuam à procura de uma voz. Não
chego a dizer à deriva, apenas porque há profissionais de altíssima qualidade
que vão segurando o barco…
Odete Ferreira 01-07-12Imagem - autor desconhecido
Não há muitos que saibam escrever, mas ainda há menos os que têm algo para dizer. Como eu, aliás, que te ofereço este comentário: "Fosga-se, que post do car*lho".
ResponderEliminar(...as pessoas hão-de rir-se e aplaudir sempre mais um peido sonoro do que uma reflexão deste teor, ou poema ou sei lá...)
Bem, oops!!!, eu terei sempre algo a dizer, pode é não servir de nada :)
ResponderEliminarAliás, inicialmente, no blogue privilegiava este género de temática..
(Sempre brincalhão...)