sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Agosto de abalada



Retomam-se rotinas
em estado de espírito contraditório.
Um desejo de alinhado procedimento,
a saudade do sonhador pensamento
libertário, caçador de almas peregrinas.

Uma estranha quietude
ausência de pessoas soltas
carros rolam preguiçosos
pregão de um verão
anúncio marcado no rosto
final de mais um agosto.
O espírito do emigrante
foi-se como mala despachada
estrangulada num qualquer porão.
Dentro seguem os sonhos,
cozinhados no negro carvão
enquanto se viram os grelhados
(bem condimentados)
num aconchego de mão.
Especiaria rainha.
Sedução!

OF 27-08-12
Foto – Autor desconhecido

6 comentários:

  1. Um dia ainda aprendo a lidar com as palavras como vc Odete!!!
    Beijuuss, amada, n.a.

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  2. "Dentro seguem os sonhos,
    cozinhados no negro carvão
    enquanto se viram os grelhados
    (bem condimentados)
    num aconchego de mão."
    Acabou-se o verão. Disseste-o de uma forma brilhante. Gostei imenso, o teu poema é excelente.
    Odete, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

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  3. Lindo e triste este agosto de abalada. Ainda o sinto na alma.:)
    bji, querida

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  4. É a inevitável e benfazeja mudança "em espírito contraditório".
    Querida Odete, são maravilhosas as tuas palavras condimentadas.

    Bjuzzzz

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  5. A rotina pressiona o espírito libertador, mas com esses temperos;

    o humor e a poesia,nada perde a cor...

    Adorei,querida amiga!

    Beijo.

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  6. Regina, Nilson, Nina, Teresa e Suzete, muito grata pelo vosso incentivo...

    Foi apenas um discorrer do que observava e sentia, no final de uma manhã, numa esplanada da cidade...

    Bjos, meus amig@s :)

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