quinta-feira, 30 de junho de 2011

Saber sair dignamente...Eis a questão!


Hoje de manhã, enquanto fazia aquelas coisas normais, de rotina, ouvia um entrevistado na TSF… Sim, ainda aprecio a rádio, a televisão menos pelo “queima-tempo” que ainda não aceitei, sem entrar em conflito comigo mesma. Parece que tenho sempre tudo atrasado. Mania, talvez, defeito genético, sem dúvida…
Gostei bastante das suas respostas a perguntas bem concisas e bem conduzidas pelo entrevistador. Nem retive o nome, não era relevante; naquele momento o nome era de somenos importância. 
Ocorreu-me que há “tipos de pessoas”, um conjunto significativo que é assim ou assado, já o nosso Gil Vicente as categorizava , à época…
Identifique-me em muitos pontos por ele referidos. Só para situar um pouco, exerceu um cargo político relevante do qual se afastou com a certeza que não era esse o caminho que lhe queiram impor. Disse ser incapaz de regressar à universidade, se prosseguisse o que era pretendido, retrocedendo em muito do que houvera dito sempre aos seus alunos. Touchée!!!
Eis a questão: exercer algum tipo de cargo, fazer algo contrariado e, mais, tarde, com desfaçatez, dizer que afinal o que dissera é que estava bem em teoria, mas na prática não poderá ser assim…
Em que ficaríamos? Melhor, como ficariam esses alunos? Se já vivemos num mundo complexo, como misturar paradigmas? Se há alguma coisa que me irrita é precisamente pessoas que “despejam” teorias, não fazendo a mínima ideia de como as aplicar no terreno (chamo à colação a quantidade de folhas vazias de conteúdo de programas governamentais…)
Já todos ouviram dizer: é um óptimo professor mas não sabe dar aulas… Como? Será, então, mesmo um professor? Categoricamente digo que não!
Outro dos pontos, mais no final e sobre o futuro imediato, o entrevistado respondeu que , a curto prazo, continuaria a fazer o que tem vindo a fazer mas que anseia escrever. Contudo, acrescentava, será apenas num tempo mais calmo sem grandes compromissos. Seria para ele impensável faltar a uma aula aos seus alunos por esse motivo.
Ganhou uma admiradora…
Eu, que escrevo regularmente há cerca de ano e meio, privilegio a poesia, precisamente porque não me “rouba” tempo aos meus alunos. Quero ter outro tempo para a prosa, sem me deter na sua tipologia. Um tempo sem ansiedade, sem a culpa de que estaria a comprometer o futuro dos alunos. Tenho respeito por todos as profissões, sei da importância de se ser empresário (de excelência) para a solidez do tecido social e afins…Em todo o caso a aposta no capital humano, está primeiro que tudo e, quer queiramos, quer não, os professores/formadores são modelos.
Só ainda pode duvidar quem não acompanha o seu percurso, sobretudo profissional. Sei de muitos, directa ou indirectamente…E que sorrisos de contentamento quando nos mimam. Saber que singraram neste pequeno país ou em outros, dentro ou fora da zona euro, é o melhor dos presentes que esta profissão pode receber! (26-06-2011)
(Escrito domingo, mas só hoje saiu da sua forma original: manuscrita... )

6 comentários:

  1. Deus nos livre, minha querida, que não houvesse essas gratificações, que não tivéssemos, no nosso percurso, quem nos admirasse pelo que conseguimos transmitir e pela forma como o fazemos e, ainda, quem não singrasse, orgulhando-nos dos passinhos que lhe ensinámos.:)

    Um gde beijinho, minha doce poetiza e professora de coração.

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  2. (Gostava de acrescentar mais uma coisinha, mas não deixavam passar...)

    ;)

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  3. Nina, nunca duvidei...A riqueza do que disse o entrevistado, é que me tocou pelos pontos referidos...
    Ai se tivesse todas as conversas com crianças e jovens, gravadas em áudio (bastava este formato), ficaria rica, bastava arranjar realizador, pois os filmes seriam sucessos de bilheteira. São simplesmente histórias de amor, porque são a sua vida...
    Bisous, beauté :)

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  4. Deixava eu, oops!!! Sou muito insignificante para se darem ao trabalho de censura!!!

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  5. Romantica!!!!!!!!!
    A paixão afina a razão (li algures que se não se colocar paixão dos nossos actos nem sequer conseguimos ser nós mesmos)
    Beojinhos
    Ricardo

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  6. Concordo...A paixão que suporta os nossos sonhos/actos/crenças, é a força motriz que nos individualiza...
    (Ter uma visão romântica da vida ou, pelo menos, de alguns dos seus aspectos, é fundamental, no meio de tanta descrença...)
    Bjinho :)

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