Não
queria amar-te tanto,
nem
ter-te no miolo do meu pão,
em
momentos de arrelia,
em
circunstâncias pegajosas,
vermes
a esventrar a terra virginal…
Amofinas-me,
então. E vences.
Acodem-me,
lestas, as palavras
e sou
capaz de levedar o tempo,
de
acomodar o espaço num único quarto.
E todos
os instantes que sou
se
exultam em ferventes escorrências.
Então,
sim, amo-te em demasia
e afadigo-me
pelos esconsos corredores da casa.
Transparente
e volátil, apareço e desapareço
por
entre portas suficientemente abertas,
onde me
pulso, me penso e me palmilho.
Me
defino e indefino. Subtilmente.
Diz-se
dos contrários, o sentimento.
Mas é
do complexo, o pensamento.
Árvore
perene. Em si mesmo.
OF (Odete Ferreira) – 22-02-17
Obra de Anna Dittmann
Odete ,
ResponderEliminarMaravilha o que escreve !
Beijos , amiga e obrigada pela partilha tão generosa .
No poema você esboça um amor que se doa e se recolhe... complexo como todo ato de amar... Belo!
ResponderEliminarAbraço.
Somos Pessoa s
ResponderEliminarSublime definição das agruras de um amor intenso,
ResponderEliminaronde brilham as rosas e magoam os espinhos...
Um poema realista e de grande humanidade.
A vitória é habitualmente do amor.
Gostei muito, Odete.
Beijo.
~~
absolutamente "agarrado" pelo teu poema.
ResponderEliminare deixo-me ir nesse caudal, flutuando na sublime transfiguração das palavras e seu(s) sentido(s) e quando julgo dominá-los (as palavras e os sentidos) eis que nova avalanche me atira para o fragor da corrente.
nada a fazer! o percurso da "liberdade livre" do teu belíssimo poema leva-me na onda, sem apelo nem agravo, recusando(-me) qualquer margem que não seja a sua glória de ser Poesia.
um momento raro e belo. adorei, Odete
Beijo, minha amiga
Minha querida amiga,
ResponderEliminarNeste teu poema obra de arte, vou me atrever a percorrer os sentires
do caminho da tua construção excelente e original.
Fiquei atenta ao título: "Do Pensamento" e junto com a imagem
numa soma de simbologia a ligar ao poema...
Senti e entendi o poema como a estrada do pensamento amoroso-paixão,
carregado de uma intensidade de sentires, desejos e lutas de ideias (
questionamentos...), forças opostas como uma dança "tango"...
Nesta estrada do pensamento se processa o autoconhecimento num
turbilhão interior e a volatilidade invisível do pensar, a definir
e indefinir o eu numa complexidade do todo Ser!...
Desculpa, amiga, a querer decifrar o teu imenso poema,
porém, tão desafiante e não resisti...rss
Nesta estrada da nossa amizade "virtual" (mas genuína...)
e admiração, sei que tu não me interpretará invasiva.
Tu conheces o quanto eu sou fascinada pela excelente Poesia.
Adorei!!
Bjos.
Um poema de amor. Amor sublime e complexo, forte e frágil, contrário a si mesmo.
ResponderEliminarUm abraço
Há sentimentos que por vezes nos parecem complexos. Mas, tal como o amor, o pensamento é perene (enquanto dura...).
ResponderEliminarExcelente poema, gostei muito.
Bom fim de semana, amiga Odete.
Beijo.
Uma poesia intensa e bela.
ResponderEliminarMolda cada sentir com maestria.
Bjinho😘
Boa tarde, o belo poema, revela enormes sentimentos bons que moram permanentemente no seu coração.
ResponderEliminarTenho dificuldades a chegar aqui à sua pagina, após varias tentativas consegui, talvez o problema seja meu.
AG
Lindo e denso poema, do começo ao fim nos apresenta momentos de muita beleza.
ResponderEliminarUm beijo, querida amiga, sempre grata pela tua presença amiga.
Um poema intenso, como intenso é o amor que descreve. Será a poesia uma narrativa de íntimas ficções?
ResponderEliminarGostei imenso, Odete.
Uma boa semana.
Um beijo.
Belo poema...Espectacular....
ResponderEliminarCumprimentos
Belissimo, gostei especialmente de "o miolo do meu pão".
ResponderEliminarMinha amiga, terno abraço neste nosso Dia, que te desejo muito feliz!
Parabéns
ResponderEliminarMulher poesia
Como diz a Elvira e estou de acordo "amor sublime e complexo, forte e frágil, contrário a si mesmo", um belo poema.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
"Amar-te tanto e ver-te no meu pão"
ResponderEliminarÉ um sinal divino do amor
Representado em todo o esplendor
Da alma e do Pão Nosso. Por que não?
Amar assim é o auge da paixão
Da alma e corpo e de real valor
A iluminar o céu interior
Do ser não alheado à condição
De ser humano ser com o destino
De amar e procriar por graça e tino
Do próprio instinto do animal humano
Feito de amor, ao amor eu me inclino
Como a alegria astral e ao céu a pino
Eu ergo o olhar, agradeço e me ufano.
Grande abraço. Laerte.
"nem ter-te no miolo do meu pão"! Só nesta imagem há um poema com sal.
ResponderEliminarCom lágrimas (sal e água) se amassa e leveda o grande amor.
Belíssimo, Odete.
Vejo te lesta como o teu desenrolar poético . Em ti, tudo parece fácil mas as palavras suspendem - se na mímica das tuas metamorfoses . E nasce a ótima poesia ! Maravilha !
ResponderEliminarAbraço Odete !
Querida Odete
ResponderEliminarA tua escrita tem um cunho inconfundível.Nela aparecem palavras e expressões correntes que, inseridos num ritmo todo ele intelectualidade, tomam vida e se agigantam.
Amor, paixão, entrega. Um poema onde profundos e desencontrados sentimentos marcam encontro.
Beijinhos.
Olinda