sábado, 5 de fevereiro de 2011

Poesia adormecida


 
Eis chegado um momento
de confronto,
comigo mesmo,
este ano, ano novo.

A escrita,
de poesia,
foi de férias
(algum dia, iria)
apenas estes dias
de festa.

A prosa privilegiei
entre um sentir
pessoal e
uma ironia radical
de poemas, descansei.

Mas este confronto
saudoso do eu irracional,
amoroso, inaugurou
as palavras feitas poema
entre dedos, maquinal…
Como se fora um outro
ou outro qualquer afinal
que, a meu lado,
se senta e
olha espantado
um pequeno bloco…
Desperdício
de campanha eleitoral.
Ganho de poesia ínclita
em tempo de descrença
na geração da presença
em lugares socializados
através de teclados
que pouco dizem.

Os silêncios sentem
a ausência de sentidos
da palavra falada.

Não falei.
Escrevi!
Mas senti…
O que não direi…

OF  04-01-2011

4 comentários:

  1. Sentir, em prosa ou em verso, é apenas o que interessa.:)
    bji, querida

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  2. Adorei o substrato da questão, caríssima.

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  3. Verdade, Nina! Aliás, só se exprime em palavras um ínfimo do que se sente!!!
    Bjuzz, com muito sentir :)

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  4. Adorou, meu caro? Há tantos "substratos" neste poema aparentemente simples...:)

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