quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Paz de espírito


Paz de espírito
em dias sonolentos,
de chuva
convidativos
a aconchegos
em mantas envolvidos.
Corpos abrigados
em abraços apertados.
Rostos colados,
sedentes de carinhos.
Mãos irrequietas
percorrendo espaços nus
...De afectos.

Paz em espíritos
aquietados
por luzes incandescentes,
brilhando em quarto escuro.

Passa o tempo
em silêncio...
A chuva batendo
em guardas-chuvas
fechados,
cá dentro...
Lá fora...
Sopra o vento.

Folhas caídas
ensopadas
coladas em pavimentos
escorregadios
de alcatrão envolvidos,
em contraste
com cores invernosas.
O branco, predominante,
pinta a paisagem,
a alma em viagem,
em tempo indefinido.

Que frio...
Entranhando-se em friestas
Que permanecem abertas.
Os corpos, esses,
fundem-se num só.
Protegem-se...
De fadas maléficas.
Clamam cinderelas
que, de mansinho,
como num consílio,
decretaram um dia feriado
 - Pela paz de espírito...
OF 07-12-2010

14 comentários:

  1. Não tenho palavras com tamanho suficiente que possam exprimir o quanto gosto deste "emaranhado de iamagens com palavras a envolve-las".
    Quase se sente também o cheiro...(e adivinha-se como sendo incensos dos Deuses)
    Gosto desta paz (não só de espírito...)
    É, sobretudo, desta Poesia que eu gosto. Esta toca e deixa a marca desse toque.
    Obrigado por escreveres e me deixares ler.
    Beijinhos
    Ricardo Reis

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  2. Perante o elogioso comentário anterior, o que dizer?
    Gostei...mais uma vez.:):)
    bji, querida

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  3. ines f. ou pimenta(alborada)25 fevereiro, 2011

    Odete linda,é talvez de um dia feriado destes especiais,de afectos cheios de cores suaves, de tibiezas,de palavras mornas que se infiltram nos ouvidos docemente...Um beijo de coraçao

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  4. Inês, querida, responder-te-ei mas hoje já não tenho as palavras que mereces e precisas...
    Bjinho de carinho

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  5. Só para avisar que roubei esta imagem de palavras.

    Com os devidos créditos, claro...

    ;)

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  6. Gosto tanto deste poema!:)
    Faz-me sorrir porque me lembra alguns um certo aconchego, à beira da lareira.:)
    bji, querida.

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  7. Obg, Ricardo, pelos elogios que teceste em relação ao poema, sobretudo por exprimires a mensagem que te ficou aquando da leitura. Ficou mais rico, o poema...
    Será sempre um prazer que me leiam e reler-me após a interpretação que o leitor lhe conferiu. Obriga-me a reflectir no processo da minha escrita...
    Bjinho :)

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  8. Nina: frequentemente, apesar de gostar, não dou assim tanto valor a muitos poemas. Contudo, quando é produzido algum comentário, reflicto e dou por mim a perceber porque tocou quem leu..É então uma sensação maravilhosa. Se o não partilhasse, não descobriria esse encantamento...
    Bjuzz, linda :)

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  9. Inês, não tínhamos todos que ter dias dias destes de afectos plenos, coloridos, sentidos no âmago do nosso ser? É um poema de um real possível! Obrigada por te ter "recuperado" :)

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  10. Já me constou, oops!!!, que agora se dedica a "roubar" tesouros (de palavras, para já!)...

    Direitos Autorais...Lá em cima, à direita :)

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  11. Como eu gostei de ler este seu texto, Odete.
    Quanta paz, serenidade, harmonia, tranquilidade; quanto amor transpira das suas palavras.
    Muito envolvente, este seu poema. Que bem me senti, enquanto, o lia.
    :-)

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  12. Obg, Albano, pela leitura, comentário e fruição que verbalizou.
    Fico a gostar ainda mais deste poema (como escrevo sem grande elaboração mental, é a recepção de quem lê que me traz o feed-back...).
    :)

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  13. Tenho por ti uma grande admiração! Encontro tanto no que tu escreve, quanto ao louco de Lisboa que é outro blogueiro que tenho como ídolo, um auxilio para aquietar meu espírito! Queria te agradecer, por me manter bem, mesmo não sabendo.. Parabéns pelo seu talento!
    não tenho blog, mas venho aqui com bastante frequencia..
    beijos, rose.

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  14. Rose: dei por este comentário por acaso; é raro ir ao histórico dos comentários, parece que foi um feeling...
    Em primeiro, sinto-me grata pelo que escreveste a respeito do que escrevo. A aquietação é uma das minhas palavras preferidas, em relação ao que nos faz sentir pessoas, não querendo com isto dizer que não seja necessário o seu contrário. É preciso haver muitos momentos de equilíbrio emocional, senão estamos sempre em guerra connosco próprios...
    Vem sempre que te apetecer, este cantinho é de quem aqui vem...
    Sentidamente te deixo um bjo...:)

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