domingo, 20 de março de 2011

É esta a minha terra

(Sequência do post anterior...)


 
Sentada, atenta a sinais
de alerta, sociais…
Questiono: preocupações a mais?

Nunca terei resposta
para alaridos que ouço
a cada momento.
Medidas que são criadas,
para meu descontentamento.

É este o meu país.
É esta a minha terra
de interioridade
consagrada.
Talvez necessite
desta solidariedade.

Quero crer na vontade
de actos solidários…
Que não sejam solitários
e não sirvam a vaidade
e sede de protagonismo
à custa de gente real.

Cobaias de senhores
e mentores
de mentes passivas.
Pouco a pouco enriquecem
com o orgulho roubado,
às suas tristes vidas.

São dúvidas deste género
que me retraem…
E desconfio de bondades
inocentes.
De actos anunciados
com pompa e circunstância…
Sim, fico descrente…

Aguardo, paciente
o que segue no calendário.
Depois, soltarei
a revolta, calada,
no meu vocabulário,
tal senhora do seu nariz!
É este o meu país!
É esta a minha terra!
Desarmada mas determinada
...Por ela tudo farei!

OF 18-03-2011 13:00

15 comentários:

  1. Confesso que não julgava vires a mostrar patriotismo...após tanto descontentamento.
    Lindo poema, minha querida.
    De cariz social, mas profundo.
    Beijinhos mil
    Tem uma excelente semana, meu doce!:)

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  2. Nina: há algo por detrás, aliás há sempre! Se te referes ao termo "descontentamento" usado no poema, tem o sentido que assim me sinto por haver necessidade de tomar medidas que atingem sempre os mais desprotegidos. Depois, sempre me irritou o "palco de luzes" em que se mostram algumas pessoas, estás a ver o género...Feira de vaidades!
    E, sim, tenho muitos poemas de cariz social(sabes que publico pouco em relação ao que escrevo). Aqui o patriotismo tem mais a ver com aquilo que posso fazer e não com o que me podem fazer a mim...Sou, naturalmente pró-activa!
    Bjuzz, querida, um bom dia de trabalho! :)

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  3. Ditas ou escritas as palavras têm sempre o seu peso... pesam-nos fundo, tanto pelo bem que nos fazem quanto pelo mal que nos doem!

    Importa por isso abrigá-las... nas conchas das mãos de quem, como tu, tão bem as sabe cuidar!

    (estou muito romântico, hoje...)

    ;)

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  4. (ui, como ele está, hoje!:))

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  5. Concordo plenamente com o comentário do oops!!! (vi-me tramado para escrever sem faltar nenhum o nem nenhum !).
    De facto tu e as palavras têm uma belissima relação.
    Beijinho
    Ricardo

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  6. Temos aqui uma Odete apreensiva e interventiva! É verdade, o mundo, por vezes, dói.
    Gostei muito amiga. Parabéns!

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  7. Gostei do seu "apego" à terra, seja a que for (terra, país, lugar....e tantas outras coisas a k pode estar a referir-se...).Algo k a leva à reflexão. Bonitas e sérias(!) palavras, Odete.Bjo.

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  8. Também não consigo responder jocosamente ao teu tag, não por estar romântica (acho que este já é um estado natural em mim...), mas porque as palavras são sempre as melhores armas, para o bem ou para o mal...
    Obg pelo que disseste, o oops!!! eclipou-se e deixou falar outro eu... :)

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  9. Obg, Ricardo...Afinal o que vem primeiro, o pensamento ou a palavra? Pensamos através de palavras e usamo-las para exprimir o pensamento...
    Dialéctica, mas apenas isso!
    Sim, "caso-me" com elas a cada instante, por isso fiz votos eternos!
    Bjinho :)

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  10. Obg, amiga Teresa! Leu a resposta ao tag da Nina... Sou assim, teimosa, persistente, quando a causa assim o exige... Lamento-(me)quando me sinto prostrada...
    Bjuzz :

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  11. Prazer em ter vindo fazer uma visita, Gui!
    Apego: termo muito apropriado, forte... Implica tantos actos, exige tanto de nós!
    Lembrei-me que se usa muito em relação à vida e vida é tudo, os momentos, os olhares, os sorrisos, os gestos, a memória...
    Obg - anónimo?!- Bjo :)

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  12. ines f. ou pimenta(alborada)01 abril, 2011

    As palvras sao armas construtivas ou nao..com peso como diz o Oops...Peso que cai na alma com amagura, com impotencia..descrente das benevolencias alheias..Li e na verdade fez-me reviver,cada miséria quotidiana..que alguns lutam a diário..para outros poucos que com luzes de néon..se dao importancia!!!Essa cegueira tao incrustada nas sociedades..Amei amiga..muito mesmo!!um abraço grande!!

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  13. Há coisas engraçadas, Inês: muitas vezes escrevo um poema que, aparentemente, nem é assim tão elaborado, Contudo, verifico que, afinal, são as coisas mais simples que nos tocam.
    E há tanta alma desesperada que passa ao nosso lado, tão timidamente...
    Obg, amiga!
    Bjinho

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  14. ines f. ou pimenta(alborada)18 abril, 2011

    Às vezes venho; e aqui sentada em frente desta janela..donde me debruço sobre o outro lado que igual estás tu, que nao..igualmente te sinto..te sinto feita palavras..dizia que algumas vezes nao tenho vontade de escrever..porque o silencio me ajuda mais a reflexionar em tudo o que leio..que o barulhinho do trequeteo das teclas...Outras..pelo contrário tenho fome de dedilhar rápido tudo o que me fazes pensar cada visita a este teu cantinho "encantado por varita Eu"...Sei que nem sou douta e nem tenho a capacidade muitas vezes de expressar tudo o que me vai na alma...mas posso afirmar que é muito mais o que se sente do que se escreve...talvez porque sempre fui mais de acçao do que palavra...este exercicio de letras para fora me está suavizando o interior..por isso queria vir até cá dizer OBRIGADO...
    Escolhi este porque foi um dos que gostei muito..me meti nas entrelinhas e parecendo tao simples como dizes tem cor,tem forma,tem força..tem uma aurea..que te faz meditar nas raizes..no que entregas a uma terra que te viu nascer a qual a usas,sem apenas perguntar..se tem "ELA"alguma necessidade...
    Das dávidas recebidas com "v".. de volta como dizia a avó...Tudo o que recebemos..deveriamos dar de "volta" e nao se trata de comunismo..rsrsrsr pobre o que sofreu esta senhora por uma palavra mal conceptuada numa aldeia com poucas "luzes"..Mas vamos retornar ao que me trouxe aqui...Bem hajas por este feliz encontro virtual que tive a bem no face..um abraço imenso!!Uma semana cheia de luz para ti e todo o teu redor..

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  15. Pego no que tu própria escreves "Sei que nem sou douta e nem tenho a capacidade muitas vezes de expressar tudo o que me vai na alma...mas posso afirmar que é muito mais o que se sente do que se escreve.. (...) "

    Se tu não és douta, não sei quem o poderá ser...

    Sim, sentimos ainda mais do que se escreve, porque os dedos não são assim tão rápidos, daí que será necessário também capacidade de síntese e domínio vocabular para expressar e, sobretudo, sugerir, fazer inferir o que não se escreveu...

    Abençoada sejas, não pelos elogios que aqui me deixas, mas pela tua acção, pela humanidade...

    Só uma confidência: também fui sempre mais de acção, só escrevo com regularidade há cerca de ano e meio...

    Bjos e sorrisos abertos de par em par :) :)

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