Blog de carácter pessoal, com predominância de textos em prosa e poesia. Ocasionalmente, de reflexão...
quarta-feira, 2 de março de 2011
Tarde em mim
Entulho-me de afazeres
-apenas desprazeres-
de dias que seguem
uns atrás dos outros.
Lembram-me operárias,
saindo febris
de máquinas monótonas,
regressando, elas também,
a outras máquinas…
Mais subtis!
Apenas breves pausas,
em fins de tarde
descendo sobre ruas
que se vão esvaziando da gente
e das pressões
de donos e patrões!
Enfim, agora, alguns prazeres!
O sol desmaiando.
O silêncio regressando.
A brisa se apressando.
A noite acordando!
OF 24-08-2010
(Um dos poema de uma série que escrevi no Verão em esplanadas...)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Fez-me lembrar a azáfama que leio em Germinal.:)
ResponderEliminarbji, minha querida.
Que o teu dia te sorria muito!
Já que o referes, também o evoquei, mas quando escrevi nem de tal me lembrei (reparo que escrevi quase versificando...).
ResponderEliminarSou capaz de ir divulgando 1 série de poemas (quase sempre mais pequenos) que escrevi no Verão, em esplanadas da cidade.
Bjuzzz (o dia está pálido de cansaço, tal como eu - que seja lindo para ti!)
(Esta rapariga deixa-me inflamado...)
ResponderEliminar;)
Mas não ardas...Quero esta personagem bem viva. oops!!! :)
ResponderEliminarUm fim de tarde entulhado...
ResponderEliminarGostei do teu poema, querida amiga. Excelente.
Beijos.
Olá, Nilson, obrigada, por gostares...Mas é tão simples! Bjo :)
ResponderEliminarEsta é uma fatalidade na vida de muita gente, principalmente, das mulheres - Atulharem-se de afazeres, que se constituem em desprazeres - consumindo o tempo, ingloriamente.
ResponderEliminarComo sempre, gostei muito de ouvir a sua Alma falar, Odete.
:-)
Ingloriamente se nao fosse para um bem comum..bem seja familiar,ou proprio..Quem, como mulher trabalha rotineiramente, nao quer dizer que nao o faça com prazer amor e carinho por os seus seres queridos,sempre depende dela mesma...Há dias assim,certo, mas me deu a sensaçao.. que tanto desprazer..escurece o trabalho das amas de casa..Ainda que nao o seja a tempo completo porque sempre trabalhei..É só uma opinao!!
ResponderEliminarEssa serie de poemas tenho a certeza que dá lugar a situaçoes mais prazerosas...
descrito com palavras de ausencia de viver...de autómatas do sentir..é como a tristeza (que para mim é tao só uma momentanea falta de alegria) que nao significa que ande chorando cada minuto...
Igual esperando esse prazer tibio do sol desmaiando..bonito,Eu!!!
Gostei do poema em si,mas queria deixar uma opinao sobre um sentir que me subiu à garganta lendo incluidos os comentários.....Abraço para ti corazon!!
Obg, Albano...No decorrer da escrita, é normal, pelo menos para mim, fazer associações de ideias. daí a referência a trabalhos rotineiros (para mim são desprazeres...):)
ResponderEliminarInês: nem sempre são desprazeres, as actividades que referes, concordo contigo. Estes desprazeres têm mais a ver com trabalho que tinha de fazer e de que não gostava, ainda estava muito cansada, as férias haviam sido curtas!!! Em todo o caso, cada vez menos gosto de fazer o que quer que seja, apenas por obrigação!!!
ResponderEliminarEscrever, sim, é um grande prazer!!! Igual ao de te ler também! Obg, amiga Bjosss :)
Inês, eu não poderia deixar de esclarecê-la acerca do ponto de vista do comentário, que eu deixei, acima, visto que o rebateu, tendo-me apercebido, que me interpretou mal...
ResponderEliminarDe facto, nunca será um tempo gasto ingloriamente, uma mulher tratar de sua casa, de seu marido e filhos - cuidar dos seus pretences - acredito, que a maioria o fará com muito gosto e dedicação e é essencial, certamente, para o bom funcionamento da estrutura familiar e o bem-estar, geral, portanto.
O que acontece é que, na vida, tudo é relativo e o indivíduo não tem, nem a disponibilidade, nem, tampouco, a capacidade de se estender no tempo, para fazer o que mais lhe agrada, realmente, tendo, assim, que fazer opções.
Ao fazê-las, estará declinando de tarefas, que lhe são mais agradáveis, a favor das mais necessárias, verificando-se, deste modo, aquilo que se podem considerar de perdas inglórias de vivências, por vezes, total, por vezes, parcialmente.
Espero, sinceramente, que me tenha entendido, Inês, de modo a que não julgue, que eu não tenho consciência da importância de certos detalhes do quotidiano, da mulher.
:-)
Albano: a querida Inês deixei bem explícito o que pensava, eu nem sequer associei o comentário da Inês ao seu... Aliás, em poesia, escreve-se, geralmente, o estado de alma do momento...
ResponderEliminarFelizmente que a riqueza dos textos reside na diversidade dos leitores e das suas vivências!!!
Só uma achega: os meus alunos já estão habituados a exprimirem livremente o que deduziram aquando da análise de um escrito. Como fico enriquecida!!! :)
Olá, Odete, bom-dia.
ResponderEliminarEu acredito, que sim. Que a Inês, cujo comentário se seguiu, em ordem, imediatamente, ao meu, transporta uma palavra chave, nele, que, indevidamente interpretada, projecta a ideia, que certos afazeres inerentes à pessoa, mãe de família e dona de casa, seriam tarefas, menores, mas longe de mim as julgar, assim.
Pese embora, a mulher, que assume esta nobre missão, no seio da família e, geralmente, se sinta muito dignificada, por as ter a seu cargo, não deixa de ter que lhes canalizar do seu tempo disponível.
Hoje, em dia, a mulher trabalha fora de casa, também, em prol do sustento da família e do sua realização pessoal, de igual modo, obviamente.
Para muitas, o dia não tem horas, que sejam suficientes, para dedicar-se a outras atividades, paralelas, mais, ou menos, didáticas, ou, mesmo, de lazer.
Que bom, que sobra-lhe tempo, a si, Odete, para escrever os seus textos, com que nos brinda, com alguma frequência, felizmente.
De resto, Odete, este tipo de debate, que acabou por acontecer, graças ao seu texto é sempre de grande utilidade.
Um abraço, a si, e outro à Inês, se me o permite.
:-)
Claro que sim Albano ..nao houve má interpretaçao..talvez tenha sido eu que abusei ao usar o (ingloriamente)adjectivo que me fez seguimento ao pensamento,deveria ter esclarecido esse factor..Debrucei-me sobre o passado e pela retina passaram dias,donde observa a avó e tias nos seus afazeres...Mas havia uma alegria quase ingénua ao fim da tarde quandos nos sentávamos a jantar às 19 e 30 em ponto!!
ResponderEliminarA poesia tem este previlégio,nao tudo é real nem tudo é imaginaçao ou ilusao...
Mas gostei deste diálogo que só nos enriquece..Abraço também para si Albano..e minha querida Odete que já vai lendo os meus vazios..até os meus (suspensos titubeos)que chamo versos..rsrrssr..beijo doce e uma boa noite
salvo...observava..desculpem..bjs
ResponderEliminarRessalvo: em vez de deixei, deve ler-se deixou.
ResponderEliminarComo enriqueceram um texto simples, a meus olhos!
Grata por se terem embrenhado na "defesa da honra" (estou a brincar...).
Resta-me agradecer-vos as visitas, sempre desejadas!!! Bjinhos :)